A farmacêutica GSK e a Medicago anunciaram uma colaboração com o objetivo de desenvolver uma nova vacina contra a Covid-19 à base de plantas. O produto combinará as partículas recombinantes semelhantes ao vírus do coronavírus (CoVLP), desenvolvidas pela Medicago, com o sistema adjuvante pandêmico da GSK.
Combinação da vacina
As partículas de CoVLP imitam a estrutura do vírus responsável pela Covid-19, deixando que ela seja reconhecida pelo sistema imunológico. O uso do adjuvante pode ter uma importância particular em situações de pandemia, já que aumenta a resposta imune e reduz a quantidade de antígeno necessária por dose de vacina, o que permite que mais doses sejam produzidas e, protegendo assim mais pessoas.
Para fabricar o antígeno da vacina, será utilizada a plataforma de produção baseada em plantas da Medicago. A tecnologia usa as folhas de uma planta como biorreatores para produzir a proteína S-spike, que se auto-organiza em VLPs para uso no candidato à vacina CoVLP. Ao combiná-la com o sistema adjuvante proprietário da GSK, as empresas desejam fabricar 100 milhões de doses até o fim de 2021.
O CMO da GSK Vacinas, Thomas Breuer, explica que “este acordo abre caminho para uma opção inovadora de vacina, que combina uma tecnologia de antígeno escalável, baseada em plantas, com um adjuvante que possui capacidade de economizar doses da vacina. Se bem-sucedida, será uma opção significativa na luta contra a Covid-19, pois acreditamos que serão necessárias vacinas, incluindo as de pós-pandemia. Essa tecnologia baseada em plantas também mostra promessas além da Covid-19, com potencial de ajudar a prevenir outras doenças infecciosas”.
Resultados pré-clínicos
Os resultados pré-clínicos mostram que a vacina da Medicago é promissora, pois apresenta um alto nível de anticorpos neutralizantes após uma dose única, quando administrada com um adjuvante. Os testes clínicos da fase 1 devem começar em meados de julho e avaliarão a segurança e imunogenicidade de três diferentes doses de antígeno combinados com o adjuvante pandêmico da GSK. Em paralelo, serão feitos testes com um adjuvante de outra empresa.
Com o sucesso do desenvolvimento clínico e as aprovações das agências regulatórias de cada país, as empresas pretendem concluir a pesquisa e disponibilizar a vacina no primeiro semestre de 2021. Além disso, querem avaliar a continuidade de sua colaboração e desenvolver uma vacina pós-pandêmica, caso precisem atuar em pesquisas adicionais da Covid-19 ou de outras doenças.
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