A Associação Brasileira das Empresas Operadoras de PBM (PBMA) divulgou, semana passada, que mais de 110 milhões de unidades (caixas) de medicamentos foram distribuídas no País, em 2018, por meio do Programa de Benefício em Medicamentos (PBM).
Para 2019, a instituição prevê um crescimento de aproximadamente 15%, ou seja, que cerca de 125 milhões de unidades sejam dispensadas. “Com a popularização do conceito do programa e a retomada da confiança no mercado, a expectativa é que cresça o número de empresas que oferecem PBM e, assim, um número maior de empregados e colaboradores contemplados”, diz Luiz Monteiro, presidente da associação.
Nesse volume, incluem-se todos os programas de acesso de medicamentos gerenciados pelas PBMs: programas de desconto; programa de fidelização da indústria farmacêutica; programa Aqui tem Farmácia Popular, do Ministério da Saúde; e programas de gestão de medicamentos contratados por empresas que visam a uma política de gestão de saúde mais evoluída.
Entre as vantagens para as empresas que oferecem PBM a seus funcionários está a gestão do tratamento medicamentoso e a subsequente melhora da saúde populacional, queda do absenteísmo e, consequentemente, maior produtividade. “O desconto pode variar de acordo com o plano escolhido pelas empresas, mas há casos em que pode ser de até 100% do valor”, explica o presidente da associação.
Monteiro explica também que os custos na área da saúde estão entre as principais despesas das famílias brasileiras, sendo o medicamento o item que mais pesa no orçamento, mas que o PBM dá às pessoas mais chances de seguir o tratamento, já que o subsídio oferecido pelas empresas facilita o acesso ao medicamento prescrito pelo médico. “Infelizmente, a falta de condição em custear o medicamento, muitas vezes, leva à interrupção do tratamento. Estima-se que cerca de 50% das pessoas que iniciam um tratamento de saúde o abandonam por falta de acesso ao medicamento”, conclui.
No Brasil, o PBM (Programa de Benefício em Medicamentos) passou a ser difundido há aproximadamente 12 anos e, hoje, cerca de 2 milhões de brasileiros já recebem este benefício das empresas onde trabalham. O conceito surgiu nos Estados Unidos, na década de 1980, onde já existem 215 milhões de beneficiários.
Atualmente, há várias operadoras e plataformas de PBM, entre elas Vida Link, Funcional Health Management, Orizon, e-Pharma, Porta da Drogaria, entre outras. A Vida Link, por exemplo, tem uma rede de 21 mil pontos de venda, incluindo todas as principais
redes e centenas de lojas independentes em todo o Brasil.
Lucratividade da farmácia é questionável
A rede carioca Farma Hall aderiu recentemente a três plataformas: Vida Link e Portal da Drogaria, de laboratórios; e Funcional Card, de empresas. O objetivo da rede, segundo Maíra Pires, gestora de Marketing, é ter, no ponto de venda, todos os benefícios que o mercado oferece ao cliente.
“A farmácia é uma parceira e uma intermediária entre o médico e o laboratório. Não vendemos apenas medicamentos, mas fazemos uma ponte entre esses dois lados. Ao assumir esse papel, facilitamos o acesso ao tratamento medicamentoso, nos aproximamos mais das pessoas e fidelizamos os nossos clientes. Portanto, nossa meta é oferecer ao cliente Farma Hall todos os benefícios que estiverem ao nosso alcance”, disse Maíra.
Outra tradicional farmácia da Zona Sul do Rio de Janeiro, a Farmácia do Leme, que trabalha com PBM há algum tempo, concorda que há vantagens, mas aponta a baixa lucratividade como ponto negativo. Segundo o proprietário Ricardo Valdetaro, os descontos para o cliente podem chegar a 50%, mas o repasse para as farmácias, em alguns casos, fica entre 5% a 8% apenas.
“É bom para as farmácias independentes porque elas conseguem, com o PBM, praticar os mesmos preços das grandes redes, porém o lucro é muito questionável. Não conseguiríamos sobreviver somente com PBM”, comentou o empresário.