Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% da população mundial não adere ao tratamento. No Brasil, a Pesquisa Nacional sobre o Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM) estimou que esse percentual cai para 30%. Para reduzir esses índices e auxiliar os pacientes, é muito importante que o farmacêutico invista no relacionamento com eles e reforce as orientações do tratamento.
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Cínthia Rios, farmacêutica clínica, pesquisadora e coordenadora do Grupo de Trabalho de Educação Permanente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), comentou, no programa “É de Farmácia”, que vários fatores influenciam a não adesão ao tratamento, seja ela intencional, seja não intencional.
No que diz respeito a não adesão intencional, o paciente discorda de maneira consciente em seguir as orientações prescritas pelo médico. Já em relação a não adesão não intencional, o usuário do medicamento provavelmente enfrenta dificuldades, entre elas, não saber utilizar o medicamento de forma correta, esquecer de tomar ou seguir o tratamento de acordo com a sua própria interpretação. “Entre os principais fatores para a falta de adesão ao tratamento estão as características do paciente: as mulheres, por exemplo, aderem mais do que os homens. A idade, o nível de escolaridade e as condições econômicas também influenciam na adesão”, explica a especialista.
Farmacêutico deve cuidar do usuário do medicamento
Cínthia comentou ainda que é papel do farmacêutico cuidar do usuário do medicamento e não apenas do medicamento em si, e que as chances de adesão são maiores quando se estabelece vínculo com o paciente. Ela ainda deu mais algumas dicas:
– Conheça o paciente para que você possa ajudar nas dificuldades dele;
– Estude o medicamento para alertar e manejar os efeitos colaterais;
– Oriente sobre o uso correto e os possíveis efeitos colaterais;
– Pergunte se o paciente está conseguindo usar o medicamento e como está sendo feito o tratamento;
– Ajude o paciente a entender os motivos que o levaram a fazer o tratamento;
– Avalie os resultados do tratamento.
Vale pontuar que as farmácias e drogarias precisam de um espaço dedicado ao atendimento farmacêutico. Nesse local, o farmacêutico terá mais condições estruturais e um ambiente favorável à comunicação e à orientação sobre o uso adequado do medicamento.
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Colocando todas essas dicas em prática, o profissional farmacêutico contribuirá para fidelizar esse cliente e fortalecer a marca da farmácia. Certamente, esse paciente notará o atendimento diferenciado e não buscará a concorrência. Além disso, o estabelecimento será reconhecido por suas boas práticas farmacêuticas.
“Eu não vejo outro caminho senão uma proposta de cuidado com o paciente, porque, na verdade, é isto que as pessoas vão buscar na farmácia: saúde”, finaliza Cínthia.
Fonte: É de Farmácia/Ascoferj