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Primeiro dia do Fórum Abradilan traz visão geral do mercado farma

Fórum Abradilan

Viviane Massi, apresentadora do evento, e Ivan Coimbra, diretor-executivo da Abradilan durante o primeiro dia do Fórum Abradilan

O primeiro dia da 6ª edição do Fórum Abradilan de Desenvolvimento Empresarial contou com dois painéis abertos à imprensa: o primeiro sobre o atual cenário do mercado farmacêutico, com detalhes sobre o varejo e a distribuição, apresentado por César Bentim, diretor de Supplier Services da IQVIA, e o segundo sobre a necessidade de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110/2019, que trata da reforma tributária no Brasil. Este segundo contou com a participação de Bernard Appy, do Centro de Cidadania Fiscal (CCIF), e de Luiz Carlos Hauly, da Hauly Consultoria Tributária.

Apresentação de resultados

Na primeira parte da manhã, César Bentim trouxe informações animadoras sobre o índice de confiança do consumidor, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), porque, ainda que seja menor do que em 2015, vem aumentando desde o primeiro semestre deste ano, quando chegou a 111 em julho. Segundo o diretor da IQVIA, esse crescimento está diretamente ligado ao avanço da vacinação.

Outro tópico relevante são as oportunidades que o varejo farmacêutico começa a ganhar neste momento e que se prolongarão no pós-pandemia, já que diversas pessoas precisam lidar com as sequelas da Covid-19 ou então dar continuidade a tratamentos que ficaram parados durante o último um ano e meio. “Há ainda as que, neste período, começaram a se preocupar com prevenção e bem-estar e passaram a buscar produtos para tal”, comenta Bentim, representando maiores oportunidades de vendas.

Vendas nas farmácias

Nos 12 meses móveis terminados em agosto deste ano (MAT agosto 2021), foram comercializadas 6,8 bilhões de unidades nas farmácias em todo o Brasil, um aumento de 5,8% na comparação com o mesmo período de 2020 (6,4 bilhões). O total é equivalente a R$ 147,4 bilhões, um crescimento de 12,2% em relação ao último ano (R$ 131,3 bilhões em 2020). Aproximadamente 32% das vendas foram de não medicamentos, enquanto 68% foram medicamentos, sendo 54% deles tarjados.

Canais

Nesse mesmo período de MAT agosto 2021, o canal que mais cresceu foi o das associadas da Febrafar (19,5%), seguida por outras associações e franquias (17,3%), independentes (12,5%), redes da Abrafarma (11,7%) e outras redes (5%).

Distribuição

Em relação às vendas em farmácias ocorridas no período citado – equivalente a 82,6 bilhões -, é possível perceber que 63,3% (52,3 bilhões) do total ocorrem por meio de distribuidoras, enquanto 36,7% (30,3 bilhões) são venda direta.

Entre as vendas realizadas pelo intermédio de distribuidoras, 30% ocorrem em cidades médias, 27% em cidades pequenas, 22% em cidades grandes e 21% em metrópoles. A Abradilan, por exemplo, está presente em 90% das farmácias de todo o País: 76.946.

O marketshare em unidades vendidas pelas associadas da Abradilan equivale a 31,5% (1,3 bilhões) do total (4 bilhões) da distribuição, enquanto em relação à participação em reais equivale a 17,5%, ou seja, R$ 9,1 bilhões. “A cada 10 caixinhas vendidas, 31 saem da Abradilan”, esclareceu Bentim.

Reforma tributária

O segundo painel do dia trouxe esclarecimentos sobre a importância da PEC 110 para o crescimento financeiro do Brasil. Segundo Bernard Appy, o último parecer do deputado Roberto Rocha (PSDB-MA), relator da matéria, é interessante por ser fruto da convergência dos interesses dos governos federal, estaduais e municipais.

“Está prevista a criação de um IVA-Dual, ou seja, dois tributos: o IBS [Imposto sobre Operações com Bens e Prestações de Serviços], de competência dos estados e municípios e que uniria ISS e ICMS; e a CBS [Contribuição sobre Operações com Bens e Prestações de Serviços], da União, que reuniria Cofins e PIS. Além disso, fala-se também sobre a criação de um Imposto Seletivo sobre bens e serviços danosos à saúde e ao meio ambiente”, explicou Appy.

A PEC prevê que a transição dos impostos seja feita ao longo de sete anos, devido aos investimentos que foram feitos levando em consideração o sistema tributário atual e também para que as empresas consigam se ajustar ao novo modelo. Já a distribuição da receita para a União, estados e municípios ocorreria ao longo de 20 anos, sempre de forma decrescente.

“O modelo atual do sistema provocou distorções gravíssimas, como a dívida ativa da União. Além disso, as empresas ficam perdidas em relação a quais impostos pagar. Com a PEC, não haveria dúvidas, porque existiram poucas possibilidades”, comentou Luiz Carlos Hauly.

De acordo com Hauly, a questão deve ser tratada como prioritária pela Câmara dos Deputados e pelo Senado – e, quem sabe, ser votada ainda este ano: “Todos os lados serão favorecidos – empresários e trabalhadores, os lados da esquerda, da direita e do centro. Sou bastante otimista para que a votação ocorra até o fim do ano”.

Veja também: Abradilan cresce 20% contra 12,9% do mercado farmacêutico em faturamento

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