Revista da Farmácia

Como a biocelulose revolucionou o tratamento de feridas

Foto: Divulgação

A biocelulose é um material produzido por bactérias, como a Acetobacter xylinum, por meio da fermentação de açúcares e materiais orgânicos, um processo que ocorre naturalmente em frutas e outras fontes vegetais. Durante a fermentação, as bactérias secretam celulose, formando uma manta gelatinosa que é posteriormente purificada. O resultado é um material com uma estrutura altamente cristalina e pureza excepcional.

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Como a biocelulose revolucionou o tratamento de feridas
Foto: Biocelulose

Entre as principais características da biocelulose está sua capacidade de reter grandes quantidades de água e se adaptar perfeitamente às superfícies de contato, como a pele humana. O material tem se mostrado superior aos curativos convencionais, acelerando o processo de cicatrização.

Thiago Moreschi, CEO da Vuelo Pharma, detalha que os curativos de biocelulose promovem um crescimento mais rápido do tecido de granulação — etapa essencial do processo de cicatrização das lesões de pele.

O curativo Membracel, desenvolvido pela Vuelo, substitui temporariamente a pele em casos de lesões, como queimaduras de segundo grau, por exemplo. Moreschi explica que, ao proteger até 95% da extensão da lesão, o curativo isola as terminações nervosas, aliviando a dor desde a primeira aplicação. “A menor frequência de trocas dos curativos contribui para o bem-estar do usuário e evita traumas no tecido recém-formado, reduzindo o risco de complicações”, conta ele.

A biocelulose funciona como uma barreira física eficaz, protegendo a área da lesão contra contaminação por agentes externos e diminuindo o risco de infecções. Os curativos são atóxicos e inertes, garantindo que não causem reações alérgicas ou adversas.

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Além de suas qualidades terapêuticas, a produção de biocelulose é mais sustentável do ponto de vista ecológico. Utilizando recursos renováveis e evitando o desmatamento, este material representa um avanço importante em termos de impacto ambiental.

Créditos das fotos: Marcelo Krelling e Helen de Moraes A. de Souza

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