Ícone do site Revista da Farmácia

O que será do amanhã? Perspectivas para o varejo pós-pandemia

Varejo pós-pandemia

Foto: shutterstock

Que a humanidade não será mais a mesma após essa traumática experiência da pandemia, isso já está claro. Um divisor de águas para a humanidade, que moldará o comportamento das próximas décadas.  

 

O varejo farmacêutico até que não sofreu tanto, se considerarmos que as lojas continuaram funcionando normalmente. De certa forma, ir à farmácia ou ao supermercado foi o que sobrou de normalidade no auge da pandemia, do agora questionável lockdown. 

 

Mas alguns aspectos que impactarão o presente e o futuro do comportamento do consumidor estão nítidos e merecem uma reflexão. A inserção do mundo virtual nas nossas relações de consumo se acelerou vertiginosamente. Empresas e consumidores foram obrigados a adotar e incorporar soluções tecnológicas, seja por meio de apps ou outras plataformas. 

 

As soluções tecnológicas para consumo deram um salto exponencial que, provavelmente, levaria décadas se não tivesse havido a pressão da pandemia. Consumidores se viram compelidos a adotar essas soluções e torná-las parte de sua rotina, num processo certamente irreversível de comportamento de consumo. 

 

Diante da súbita parada que o mundo deu com a pandemia, o empreendedorismo surgiu com força, tendo nos grupos de WhatsApp uma importante plataforma de negócios. Junto com o isolamento social, veio também a importância das relações vicinais, na medida em que nos vimos forçados a ficar em casa, e o vizinho era o ente mais próximo e acessível.  

 

A explosão do mercado informal mereceria um artigo inteiro. Por exemplo, aliada à explosão dos apps de alimentação (Ifood etc), microempreendedores puderam ingressar no mercado virtual de delivery e passaram a girar uma roda invisível que sustentou uma dinâmica relação de trocas informais na sociedade.  

 

No campo das relações pessoais e profissionais, a aceleração do contato virtual se expandiu de forma avassaladora, tornando reuniões e conversas virtuais parte do cotidiano.  Indivíduos que nunca se imaginaram fazendo conversas em vídeo passaram a ter nesse recurso sua dose diária de humanização, diante de um mundo trancafiado.  

 

Nas relações profissionais, as reuniões online forjaram um hábito que talvez seja difícil de ser perdido, haja vista que, verdade seja dita, as reuniões virtuais se mostraram muito mais produtivas e eficazes do que as reuniões presenciais, onde a dispersão é muito mais fácil. Afinal, no virtual, cada um tem que falar de cada vez e, portanto, não tem conversa paralela (a não ser no chat).

 

As contratações profissionais também serão impactadas por esse mundo pós-pandemia, já que se descobriu que é possível ter certas funções com funcionários remotos, sem necessidade, ou pouca necessidade, de uma mesa e uma sala, ou mesmo de morar na mesma cidade.  

 

É razoável considerar que uma possível crise no setor imobiliário corporativo possa ocorrer, uma vez que as empresas descobriram um potencial de redução de custos, mantendo o funcionário remoto. O outro lado da moeda é que talvez as relações de trabalho possam se tornar mais impessoais, e predominantemente virtuais, ainda que profissionalmente mais eficazes em termos de entrega. Ao final, demitir um funcionário poderá ser apenas uma questão de login 

 

Por fim, a questão da higiene será também um caminho sem volta. Deixar os sapatos na porta de casa, usar máscara para visitar um bebê recém-nascido, passar álcool em gel nas mãos ao descer do ônibus e muitos outros miúdos hábitos do dia a dia que incorporamos neste excepcional momento pelo qual a humanidade passou vieram para ficar.

 

Às futuras gerações, restarão nossas fotos, de máscara, rostos preocupados, distanciados uns dos outros, e talvez se perguntem: como puderam viver assim?

 

Veja também: Você já ouviu falar em risco reputacional?

Sair da versão mobile