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Future Trends traz médico israelense para compartilhar experiências do país com a digitalização da saúde

Digitalização da saúde

Foto: freepik

Uma das palestras  do Abrafarma Future Trends 2020, congresso que reúne o varejo farmacêutico para conhecer as principais tendências do setor e da saúde, ocorrida na última terça (15/9), trouxe o israelense Yossi Bahagon, médico de família e consultor especial da Organização Mundial da Saúde (OMS) para falar sobre o tema “O futuro da saúde já é realidade em Israel”. Ele participou diretamente do processo de digitalização do sistema de saúde no país.

Saúde digital

Segundo Yossi Bahagon, a implantação de novas tecnologias na área da saúde vem acontecendo há, pelo menos, dez anos em Israel. Desde então, a população tem acesso ao todo o histórico médico numa plataforma que pode ser acessada pelo celular.

“Em vários países, o sistema de saúde está quebrado e tem muitos detalhes para melhorar: não é personalizado, é caro, não está disponível para todos. Em Israel, nós fazemos justamente o contrário”, revelou o médico.

O palestrante explicou que a base da saúde digital não é a tecnologia, mas a forma como pode contribuir para melhorar a vida da população. Por isso, a saúde lá é conhecida como e-health, e os pacientes são chamados de e-patients.

Plataforma digital e personalizada

A plataforma tem como objetivo tornar os pacientes parceiros na gestão de sua saúde. “Ao desenvolvê-la, pensamos em três princípios: o que o paciente pode ver, o que ele precisa saber e o que ele pode fazer”, detalhou Bahagon.

Dessa forma, os israelenses têm acesso a todos os registros de internações, exames, valores pagos e dados de saúde próprios e de seus filhos até os 18 anos de idade, levando em consideração inclusive aspectos éticos no compartilhamento de dados.

“Avaliamos quais dados poderiam ser divulgados automaticamente após um exame e quais poderiam ser somente depois de o paciente falar com médico dele. Não é fácil receber a notícia de que se está com HIV, por exemplo, sem o apoio de um profissional”, comentou.

Todo o conteúdo divulgado é acompanhado de explicações personalizadas, inclusive por meio de vídeos, baseadas nos resultados do paciente – o que é a condição, o que é o tratamento, quais são as regras. Além disso, a plataforma também faz recomendações de exames caso haja histórico familiar de alguma doença específica, como câncer de mama.

Telemedicina e compra de medicamentos

Outro benefício da e-health é a telemedicina, que permite aos pacientes acompanhamento constante com os profissionais da saúde. “Usada em todo o país, conta com mais de 15 mil consultas por mês, ajudando a reduzir o encaminhamento desnecessário ao pronto socorro em mais de 47% dos casos”, diz o médico.

Israel utiliza o Tytocare, um aparelho que possibilita exames físicos remotos, como auscuta do coração, ouvido e garganta. Tudo funciona por meio de um aplicativo intuitivo, que guia o paciente a como se posicionar corretamente para que ele faça a leitura do corpo e envie para o profissional da saúde avaliar.

Com isso, os pacientes que fazem esse acompanhamento conseguem comprar os medicamentos de uso contínuo mais facilmente. “As pessoas assinalam no aplicativo o produto que precisam, e a informação vai diretamente para o médico, que faz a prescrição eletrônica e a envia para um banco de dados seguro. Depois de pronta a prescrição, o cliente é avisado e pode ir à farmácia retirar o medicamento sem nenhum papel em mãos”, destacou.

Inteligência Artificial

Entre os muitos investimentos em tecnologia feitos por outros países e pelo próprio governo e empresas privadas de Israel, o mais recente é o aplicativo Sweetch Health, que utiliza inteligência artificial (IA) para levar recomendações sobre a diabetes de forma personalizada à população.

“É possível colocar no Sweetch Health todas as informações sobre a sua saúde: peso, altura, temperatura, localização, seu cronograma de atividades e dados sobre a glicemia. A partir disso, a IA entende os hábitos diários do paciente e cria recomendações pertinentes a cada hora do dia. Por exemplo, se o paciente tem 45 minutos de pausa no trabalho, é sugerido que ele vá até uma cafeteria próxima caminhando para pegar um cappuccino”, revela Bahagon.

Atualmente, o aplicativo está sendo traduzido para o português e deve chegar, em breve, ao Brasil.

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