Um fenômeno preocupante vem tomando proporções cada vez maiores – os transtornos mentais, principalmente a depressão e a ansiedade, aumentaram na população jovem em todo o mundo, especialmente no Brasil.
O levantamento, feito pela empresa Funcional Health Tech, especializada em inteligência de dados de saúde, foi realizado entre os anos de 2017 e 2018 e envolvem uma amostragem de 318.639 e 397.192 pessoas, respectivamente.
Os dados mostram que a utilização de sedativos e o consumo de medicamentos para depressão e ansiedade aumentou 7,32%. Entre os jovens de 15 a 17 anos, a situação foi ainda mais alarmante, já que o número chegou a 21,31%.
Entretanto, segundo o médico psiquiatra e doutor em Ciências pela UNIFESP, Marcelo Niel, os dados ajudam a refletir sobre a situação atual, mas é preciso saber diferenciar o tipo de medicação prescrito. “Vemos um aumento importante de uso de ansiolíticos benzodiazepínicos na população em geral, e também entre jovens. Isso não necessariamente representa aumento dos índices de doença mental, mas talvez uma sociedade mais medicalizada, que tem maior dificuldade em suportar dificuldades e desafios”, explica o médico.
Além da preocupação dos profissionais de saúde mental em relação ao diagnóstico correto, informar a família e o acesso aos medicamentos de forma adequada também são passos importantes no tratamento.