Covid-19 e diabetes: o risco de morte é maior?

Em meio à pandemia da Covid-19, algumas comorbidades como a diabetes precisam ser olhadas com mais atenção.
Covid-19 e diabetes
Foto: shutterstock
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A educação em saúde é um serviço farmacêutico que preconiza desenvolver nas pessoas a responsabilidade por sua própria saúde, pela saúde da família e da comunidade. Com o objetivo de conscientizar a população sobre diabetes, no dia 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, por meio da campanha Novembro Diabetes Azul.

Além de enfatizar a prevenção da doença e suas complicações, a campanha chama a atenção para a importância do tratamento multidisciplinar. Educar para o autocuidado é muito importante para manter a qualidade do tratamento. Contudo e não menos importante é alertar para o perigo da automedicação. Durante a pandemia, muitos pacientes têm consumido alimentos mais saudáveis e, por isso, diminuindo ou deixando de utilizar os medicamentos prescritos pelo médico, acarretando a descompensação glicêmica.

Complicações de Covid-19 em decorrência da diabetes

Quarta maior causa de morte no mundo, a diabetes, no Brasil, atinge 16,8 milhões de brasileiros, mas metade desses indivíduos ignora ter a doença. A falta de controle e adesão ao tratamento pode provocar várias complicações. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a retinopatia diabética é a maior causa de cegueira definitiva entre pessoas de 20 a 60 anos.  

A pandemia trouxe muita insegurança para as pessoas com diabetes. Porém, a probabilidade de um indivíduo diabético contrair Covid-19 é a mesma da população em geral. No entanto, uma vez infectado, quem tem diabetes tem mais chance de complicações graves sim, incluindo aumento do risco de morte. Isso acontece principalmente quando a diabetes não está controlada.

Além disso, quanto mais comorbidades preexistentes, a exemplo de hipertensão, doenças cardíacas, doenças renais, alterações do colesterol, entre outras, maior será a chance de agravamento da Covid-19.

Pessoas com pré-diabetes e comorbidades não controladas também são mais vulneráveis às complicações. O risco de agravamento da Covid-19 tanto para pacientes com diabetes tipo 1, que corresponde a 10% dos casos da doença, como diabetes tipo 2, que responde a 90% dos diabéticos, é grande. Vale ressaltar que pacientes com tipo 1 podem ter outras doenças imunossupressoras, que adicionam um estado de maior comprometimento imunológico, como, por exemplo, a artrite reumatoide.

Entretanto, os pacientes com diabetes e demais comorbidades, mas com níveis controlados, podem ter o risco de complicações de Covid-19 reduzido ou mesmo igualado ao de pessoas sem diabetes. O que vai influenciar no agravamento da Covid-19 é o grau de controle da glicemia, a maior idade do paciente, o tempo de duração da doença e as comorbidades.

Para manter o controle da diabetes, é muito importante monitorar a glicemia pré e pós-prandial (2 horas após a alimentação), pois a variação  da glicemia pode acarretar em instabilidade glicêmica (hipoglicemia e hiperglicemia), fator agravante para o bom funcionamento do organismo, pois gera mais radicais livres, deixando o sistema imunológico mais vulnerável a infecções. Os valores ideais de glicemia dependem de cada paciente e do seu estado geral de saúde. Geralmente, o objetivo glicêmico para os pacientes diabéticos deve se manter entre 110 e 180 mg/dL.

A farmácia, como local de saúde, deve enfatizar medidas de prevenção, como monitorar a glicemia, orientar para o uso correto dos medicamentos, manter hábitos saudáveis e fazer a correta higienização das mãos e dos ambientes.

Veja também: O coronavírus e os nossos idosos

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Ana Lucia Caldas

Bióloga, farmacêutica, gerontóloga, professora da Unisuam e mestre em Ciências do Cuidado em Saúde. Em sua coluna, Ana Lucia aborda o universo da Farmácia Clínica e do atendimento ao idoso.
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