Cuidado com os vendedores de promessas

Farmácias independentes precisam se atualizar
Foto: freepik
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Em artigos anteriores, mencionei a forte tendência da verticalização da cadeia do setor farmacêutico nas três esferas – indústria, distribuições e varejo – por meio de aquisições ou fusões de empresas.

Essa percepção é muito clara no varejo, onde ocorre a união e o crescimento de grandes grupos. Segundo dados informados pela Close Up International, nos últimos 12 meses, o faturamento no mercado nacional foi de 71,6 bilhões, do qual as grandes redes obtiveram uma fatia correspondente a 54,4% das vendas e as farmácias e drogarias independentes, 22,8%.

Notoriamente, é cada vez maior a participação dos grandes grupos econômicos nesse mercado, inclusive avançando fortemente para as cidades do interior do País. E é aí que se levanta a discussão de qual será o futuro das farmácias independentes: elas sucumbirão ao poder das grandes redes? Estão preparadas para esse enfrentamento? Como enfrentar essa realidade?

Creio que as empresas independentes não serão extintas, mas terão cada vez menor representatividade em pontos de venda e em faturamento se não mudarem para um modelo de gestão eficaz.

Durante os circuitos que realizo periodicamente pelo interior do Estado do Rio de Janeiro, o que escuto dos empresários são menções a diversas dificuldades enfrentadas, como concorrência predatória, altos custos tributários, leis populistas prejudiciais dirigidas ao setor, normas regulatórias rígidas e penalizadoras por parte dos órgãos fiscalizadores, falta de capital, mão de obra desqualificada, enfim, um verdadeiro rosário de reclamações.

Diante desse cenário, façamos uma reflexão: é possível enfrentar todas essas adversidades e não somente sobreviver, mas também crescer? Acredito que sim, porém é preponderante a necessidade de se ter coragem, comprometimento, inteligência e humildade para superar todos os obstáculos do mundo corporativo.

Somente por meio do processo da união se conseguirá reverter o atual cenário comercial e compreender que o concorrente não é seu inimigo e sim seu aliado no enfrentamento dos mesmos problemas.

É preciso buscar aglutinar-se com os demais empresários não somente para ter uma marca própria, realizar compras conjuntas, encartes de publicidade, mas sim investir em gestão com inteligência artificial, tecnologia compartilhada, inovações e tendências mercadológicas, cooperação comercial, possuir forte representatividade diante do poder público para combater ações prejudiciais ao setor, ética empresarial, pois todos esses elementos somados certamente farão com que, unidos, conseguiremos obter o caminho do sucesso e da prosperidade.

Procure valorizar e discernir as verdadeiras instituições que cuidam do interesse do seu negócio daquelas passageiras, que anunciam milagres e lucros fáceis, anunciados pelas mídias sociais e pelos vendedores de promessas.

Veja também: O valor do ecossistema empresarial

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Luis Carlos Marins

Administrador com especialização em Pedagogia Empresarial, empresário e presidente da Ascoferj. Em sua coluna, Marins aborda temas ligados ao dia a dia do varejo farmacêutico.
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