A função do farmacêutico experimentou alterações profundas ao longo do tempo. Anteriormente visto como uma figura central na comunidade e um símbolo de cuidado e assistência, o advento da industrialização farmacêutica e as mudanças nas regulamentações comerciais distanciaram esse profissional das práticas clínicas tradicionais. Contudo, recentemente, impulsionado pelo surgimento de novas regulamentações, avanços tecnológicos e eventos como a pandemia de Covid-19, o farmacêutico está redescobrindo seu papel vital como um influente agente de saúde.
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Afinal, hoje, as farmácias já não são mais do que simples pontos de venda de medicamentos; seguem caminhos para se tornarem verdadeiros hubs de saúde, oferecendo uma gama cada vez mais ampla de soluções para a saúde e o bem-estar, como exames rápidos, vacinas e procedimentos clínicos. Para se ter ideia do potencial em cena, as farmácias brasileiras se consagram os estabelecimentos com maior capilaridade de saúde do país.
Em outras palavras, o cenário presente e futuro de toda a cadeia está trazendo à tona a ressignificação e valorização tanto do farmacêutico quanto das farmácias. Portanto, mais do que nunca, ao ingressar ou progredir na área, é crucial desenvolver habilidades que vão além da expertise técnica.
Comunicação adequada
A comunicação é uma das aptidões essenciais, tanto na interação com outros profissionais de saúde quanto no diálogo direto com os usuários. O farmacêutico precisa, sobretudo, ser um elo entre o conhecimento técnico e a compreensão do paciente, cultivando a empatia e facilitando o entendimento das prescrições e orientações. Sendo assim, ela deve ser clara e objetiva para evitar desencontros de informações ou mensagens incompletas. Ainda para tudo isso acontecer de forma exemplar, o profissional deve ter uma retaguarda de conhecimento arrojada, demonstrando domínio na área e, consequentemente, construindo confiança.
Habilidades clínicas e de gestão
Costumamos dizer que dentro das farmácias há dois perfis de farmacêuticos: o clínico e o gestor. As competências clínicas são desenvolvidas através da experiência cotidiana e enriquecidas por meio de especializações, ampliando as oportunidades de atuação. Em contrapartida, no segmento de gestão, a ênfase recai sobre liderança e eficiência na administração, abrangendo também a gestão eficaz do tempo. Portanto, é crucial aprender a discernir e priorizar as tarefas verdadeiramente importantes, abordando-as de forma estratégica. Seja qual for a identificação do profissional, é importante sempre se aperfeiçoar em meio à atuação escolhida.
Aprendizado contínuo: tecnologias em ascensão
No universo dinâmico da saúde, não tem como um farmacêutico se manter relevante se não continuar estudando e atento às tendências da área. Com a constante evolução tecnológica, no sentido amplo da palavra, que perpassa as áreas de genética, desenvolvimento de novos medicamentos, entre outras vertentes, isso tem se acentuado ainda mais. Por isso, é preciso estar sempre em busca de novos cursos, reciclando os conhecimentos para não se tornar um profissional obsoleto.
Ética profissional: LGPD e compliance
Em um setor tão sensível como o farmacêutico, manter a integridade em todas as interações, respeitando a confidencialidade dos pacientes e seguindo os mais altos padrões éticos, é também essencial. Isso construirá uma reputação sólida e confiável ao longo da carreira. Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e os princípios de compliance são aspectos críticos a serem considerados, a fim de garantir que o profissional atue em conformidade com as normativas, promovendo a segurança de todas as informações em mãos.
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Ao considerar esses principais pontos-chaves, os atuais e futuros farmacêuticos certamente podem garantir a diferenciação profissional necessária diante dos novos tempos. É ainda assim que a farmácia se torna não apenas ponto de venda de medicamentos, mas também unidade de apoio vital para toda a comunidade, com o potencial de se consolidar a principal porta de entrada à atenção primária do Brasil.