‘Eu quero fazer o que o meu pai faz’, dizia Marcelo Mazzoni à sua mãe

Diretor das Drogarias Povão conta como surgiu o interesse em entrar no varejo farma e comemora os 50 anos de história do negócio da família.
‘Eu quero fazer o que o meu pai faz’, dizia Marcelo Mazzoni à sua mãe
Foto: Família Mazzoni na inauguração de uma loja em Resende (RJ)
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O começo de um negócio é sempre repleto de grandes desafios. Nada é fácil. Porém, com muito esforço e com o apoio da família, os resultados chegam. Sim, é possível que uma empresa cresça com a família, e tudo isso pode ser visto nas Drogarias Povão, que, em 2025, completará 50 anos de história.

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A Povão surgiu em Barra do Piraí, interior do Rio de Janeiro, e, atualmente, conta com 19 farmácias em seis cidades: Barra do Piraí, Volta Redonda, Barra Mansa, Resende, Piraí e Mendes. Neste ano, a rede projeta inaugurar mais uma loja em Volta Redonda. Além disso, outra unidade está em processo de construção, com previsão de inauguração no segundo semestre.

Marcelo Mazzoni, diretor das Drogarias Povão, concedeu uma entrevista exclusiva à Revista da Farmácia, na qual relembrou como surgiu o interesse em trabalhar com seu pai na farmácia, compartilhou a história da rede e revelou os projetos para 2025. Leia a entrevista a seguir:

Revista da Farmácia: Marcelo, poderia contar para a gente como as Drogarias Povão surgiram?

Marcelo: Meu pai sempre foi uma pessoa muito trabalhadora. Ele era responsável pela limpeza de uma farmácia em Barra do Piraí. Com o passar dos anos, tornou-se entregador, balconista, vendedor externo e chegou a ser sócio minoritário do grupo. Porém, a sociedade chegou ao fim e, em 1975, ele e minha mãe ficaram com uma loja, que eles estruturaram. Eu gostava de ver meu pai trabalhando. Minha mãe me perguntava qual curso superior eu iria fazer, e eu dizia que queria fazer o que meu pai fazia. Com 17 anos, comecei a trabalhar com ele no balcão. A experiência foi muito boa, e uma das melhores fases da minha vida foi quando descobri que gostava de atender e lidar com as pessoas. Foi aí que percebi que realmente era aquilo que eu queria para mim.

Revista da Farmácia: Acredito que essa etapa foi repleta de aprendizados. O que você levou dos serviços operacionais para a gestão?

Marcelo: Aprendi que tudo começa no balcão da farmácia. Sempre que tenho dificuldade para decidir alguma coisa, vou para a loja, porque sei que é lá que tudo acontece. Meu pai sempre diz que nada vence o trabalho. Então, basta ir ao trabalho que a gente cresce profissionalmente e descobre os problemas. Atualmente, ele ainda trabalha conosco e auxilia nas escolhas dos pontos comerciais onde vamos abrir novas farmácias, por exemplo. É bem atuante. Não abrimos nenhuma loja sem a aprovação dele, pois sabemos que sua experiência é muito importante. Toda a família trabalha na rede.

Revista da Farmácia: Sua irmã é muito presente na rede. Ela sempre fez parte do negócio da família?

Marcelo: Melissa começou a carreira dela na farmácia, mas descobriu que queria cursar Medicina. Ela entrou na faculdade, estudou muito, tornou-se cardiologista e se especializou em arritmia cardíaca. Durante a pandemia da Covid-19, resolveu afastar-se do trabalho para ficar com a família. Nesse período, disponibilizou-se para auxiliar nas atividades da rede e ficou responsável por cuidar das entregas e da contratação de colaboradores. Hoje, ela trabalha conosco.

Revista da Farmácia: Atualmente, a rede conta com 19 lojas. Como vocês iniciaram o processo de expansão?

Marcelo: Meu pai nunca quis expandir. Ele queria que ficássemos apenas em Barra do Piraí. Eu achava que precisávamos crescer e que tínhamos condições de ir para outras cidades, pois nosso mix de produtos era muito grande. Meus irmãos e nosso time também achavam perigoso depender de apenas uma cidade devido à concorrência. Então, surgiu a oportunidade de comprar uma loja em Volta Redonda. Tentamos convencer meu pai, mas ele não queria. Quando percebeu que a loja era tradicional e que seria um investimento certeiro, ele concordou com a compra.

Revista da Farmácia: Como foi sua transição do balcão para a gestão das Drogarias Povão?

Marcelo: Foi um caminho muito longo. Comecei no balcão e, depois, passei para o setor de Compras, onde trabalho com meu irmão até hoje. Na época, a empresa era pequena, e a gente fazia de tudo um pouco. Parece que foi rápido, mas foi um processo demorado. O balcão da farmácia foi uma escola para mim.

Revista da Farmácia: Na sua visão de gestor, o que uma farmácia precisa para prosperar?

Marcelo: A farmácia precisa organizar os processos internos, as compras e o setor financeiro, além de usar a tecnologia a seu favor. Também acredito que o atendimento ao público, os serviços clínicos e o acesso a dados privilegiados sobre o varejo farma fazem total diferença.

Revista da Farmácia: O que a Povão faz para fidelizar os clientes e se diferenciar da concorrência?

Marcelo: Investimos no atendimento, damos carinho e atenção ao cliente, procuramos ouvi-lo e oferecer os melhores preços. Nosso lema é: Vem que na Povão tem. Atualmente, possuímos mais de 30 mil itens ativos no mix, e mais da metade das lojas mantém esse portfólio. Além disso, temos um time comprometido e focado, com um ambiente de trabalho agradável.

Revista da Farmácia: Vocês também oferecem bons serviços de saúde. Como eles funcionam na rede?

Marcelo: Em todas as nossas lojas, temos serviços simples, como aplicação de injeção e aferição de pressão arterial. Em nove farmácias, contamos com a plataforma Clinicarx para realizar exames rápidos e outros serviços. Também estamos presentes em canais digitais, como iFood, e temos nosso próprio e-commerce.

Revista da Farmácia: A Povão realiza ações voltadas para a comunidade local?

Marcelo: Sim, estamos sempre ajudando asilos, associações de moradores e comunidades das regiões onde atuamos. Também auxiliamos nossos colaboradores por meio do RH, que está sempre atento para apoiá-los em qualquer dificuldade.

Revista da Farmácia: Como foi o ano de 2024 para a rede? Poderia destacar alguma conquista?

Marcelo: Abrimos duas lojas em 2024, atingimos a meta de faturamento e melhoramos a parceria com a indústria, o que nos permite oferecer preços competitivos. Além disso, conseguimos crescer acima do mercado, que cresceu de 8% a 10% no ano passado.

Revista da Farmácia: Quais são as metas e projetos da Povão para 2025?

Marcelo: Vamos inaugurar duas lojas neste ano e comemorar os 50 anos da rede com muito trabalho e dedicação. Nosso foco é expandir em locais estratégicos, fortalecendo parcerias e cuidando dos nossos colaboradores.

Revista da Farmácia: Para finalizar, qual conselho você daria para um empresário que está abrindo sua primeira farmácia?

Marcelo: Trabalhe duro todos os dias. Não adianta focar apenas no dinheiro. Cuide da loja, dos clientes, dos colaboradores e do estoque, seja organizado e gaste pouco. Como meu pai sempre diz: nada vence o trabalho.

Leia também: Como as farmácias podem se preparar para o cenário digital

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