Com o avanço de novas tecnologias e a evolução constante das demandas dos shoppers, o trade marketing vem passando por uma fase de transformação significativa. O que antes se concentrava principalmente em estratégias de exposição de produtos e promoção em pontos de venda agora envolve uma integração complexa de dados, tecnologia, sustentabilidade e personalização.
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“Em 2025, os profissionais devem esperar um cenário ainda mais digitalizado, com a importância crescente do omnichannel, do uso de dados para personalização e da sustentabilidade integrada às operações”, destaca Paulo H. Mueller, Head de Customer Experience da Involves, empresa de tecnologia especializada no setor. “Os gestores de trade marketing precisam se adaptar a um cenário que prioriza mais do que nunca a eficiência, a automação e o foco no cliente”.
Confira abaixo as principais tendências em trade marketing para 2025:
Omnichannel e jornada integrada
A estratégia omnichannel é uma resposta direta às expectativas do shopper moderno. Com o avanço do comércio eletrônico e o uso massivo de dispositivos móveis, os shoppers estão mais conectados e informados do que nunca, esperando uma experiência de compra integrada, na qual o online e o offline coexistam de maneira fluida. O omnichannel envolve a capacidade de uma marca fornecer uma experiência contínua, independente do canal, oferecendo ao shopper uma navegação sem interrupções entre as plataformas físicas e digitais.
Uma tendência fundamental do omnichannel é garantir que os preços, promoções e a disponibilidade de produtos sejam consistentes entre os canais físicos e digitais. Isso evita frustrações por parte dos shoppers, que frequentemente encontram discrepâncias entre o que veem no site e o que encontram na loja física. Em 2025, o modelo “click and collect” — no qual o shopper realiza a compra online e retira o produto na loja física — deve continuar crescendo, dando às marcas a oportunidade de engajar o cliente em múltiplos momentos da jornada.
“Outra questão importante sobre o omnichannel é que, com a coleta de dados sobre comportamento de navegação e compra, as marcas têm a oportunidade de ajustar a experiência do público em tempo real”, afirma Paulo, da Involves. “Por exemplo, se um cliente entra na loja física após ter feito pesquisas online, a equipe de vendas pode ter acesso às suas preferências e oferecer sugestões personalizadas, criando um nível mais profundo de interação”.
Automação e uso de IA
Com o volume crescente de dados disponíveis no trade marketing, a automação e o uso de inteligência artificial (IA) estão se tornando indispensáveis para otimizar operações e aumentar a eficiência. A automação permite que processos repetitivos e manuais sejam realizados com maior precisão e em menor tempo, liberando as equipes para focarem em atividades estratégicas. Já a IA oferece a capacidade de analisar grandes volumes de dados e gerar insights que guiem as tomadas de decisão com base em informações concretas.
Paulo H. Mueller, da Involves, aponta algumas tendências de automação e uso de IA que devem se popularizar ainda mais ao longo do próximo ano:
- Reconhecimento por imagem: usado para monitorar a disposição dos produtos nas prateleiras, verificar a conformidade com os planogramas e identificar falhas de execução. Isso elimina a necessidade de auditorias manuais e fornece dados em tempo real sobre o PDV.
- Automação da reposição de estoques: a IA é utilizada para prever demandas e automatizar a reposição de estoques com base em padrões de venda e consumo. Isso garante que os produtos estejam sempre disponíveis no ponto de venda, evitando rupturas que prejudicam a experiência de compra.
- Análise preditiva: permite identificar padrões de compras regionais e sazonais, ajustando promoções e campanhas com maior precisão.
- Automatização de auditorias de campo: ferramentas que utilizam IA para auditorias garantem um alto nível de compliance com estratégias de planograma, preços e promoções, sem a necessidade de deslocamento constante de equipes.
Personalização e importância dos dados do shopper
A personalização no trade marketing evoluiu de uma segmentação ampla para uma abordagem mais granular e individualizada. À medida que as marcas têm acesso a mais dados sobre o comportamento de seus consumidores, podem ajustar estratégias para oferecer experiências cada vez mais personalizadas.
“Com dados em tempo real, as marcas podem ajustar rapidamente suas estratégias de mix de produtos”, exemplifica Paulo, da Involves. “Se um item específico começa a ter alta procura em uma loja, a equipe pode ajustar a exposição ou criar promoções rápidas para capitalizar essa demanda”.
As marcas podem dividir seus shoppers em microsegmentos, utilizando critérios como preferências de compra, histórico de consumo, localização geográfica e interações em redes sociais. Isso permite campanhas mais precisas, que atendem às necessidades específicas de cada grupo.
Sustentabilidade e autenticidade
A demanda por práticas sustentáveis não é mais apenas uma tendência: é uma necessidade imposta pelos consumidores e mercados. Empresas que não integrarem a sustentabilidade em suas operações de trade marketing terão dificuldade em competir.
Reduzir o desperdício no PDV, usar embalagens sustentáveis e desenvolver displays reutilizáveis serão práticas cada vez mais comuns. “As marcas precisam ser autênticas em suas iniciativas de sustentabilidade”, lembra Paulo, da Involves. “O público rejeita fortemente o greenwashing — quando uma empresa finge ser sustentável, sem realmente ser”.
Eficiência operacional
Aumentar a eficiência operacional será essencial para reduzir custos e melhorar a execução no PDV. O monitoramento e a auditoria automatizados em tempo real, alimentados por IA, permitirão identificar falhas de execução antes que causem prejuízos, gerando economias significativas e otimizando processos.
As tendências destacam um futuro do trade marketing cada vez mais digitalizado, eficiente e focado nas necessidades do shopper moderno.
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