Um estudo realizado pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC), em parceria com a Unicamp, mostra que o público sênior, ou seja, os brasileiros acima de 60 anos, é o que mais frequenta as farmácias e consome medicamentos. Contudo, encontram sérias dificuldades em relação ao tema.
A pesquisa foi realizada com 2.200 idosos e 300 cuidadores de todo o País, e teve como objetivo entender melhor a realidade desse grupo etário em relação à saúde, prevenção e hábitos de consumo.
Maiores dificuldades
De acordo com o estudo, o principal problema em relação aos medicamentos é que 54% dos entrevistados não enxergam os textos das embalagens, enquanto 36% têm dificuldade para cumprir horários para tomar os medicamentos. Além disso, 31% têm dificuldade para partir os comprimidos e 13% têm dificuldade de engolir o medicamento.
Além disso, muitos idosos têm problemas dentro das farmácias e nem sabem que necessitam de um atendimento preferencial e diferenciado. Aproximadamente 85% dos consumidores reportam não ter recebido tratamento diferenciado, sendo um exemplo dessa falta de percepção muitos deles não notarem a presença de cadeiras nos estabelecimentos.
Além disso, fica claro que, mesmo com a pandemia os idosos priorizam a compra de forma presencial (91%), sendo que apenas 16% deles usam WhatsApp e aplicativos e 14% usam o telefone.
Definição de compra
A pesquisa também revela que para 91% dos entrevistados o principal fator para definição de compra em uma farmácia é o preço. Depois, aparecem a localização (64%), e se tem estacionamento (63%). A maioria dos idosos (73%) não costuma pesquisar preços em outros estabelecimentos.
Pagamento e impacto da pandemia
Um dado relevante é que 67% dos idosos escutados pelo IFEPEC costumam pagar pelos medicamentos que necessitam, enquanto 29% os retiram no SUS, posto de saúde, ou Farmácia Popular. Apenas 4% têm ajuda de parentes.
Em contrapartida, a falta de dinheiro também impacta boa parte do público sênior: 59% dos entrevistados já deixaram de comprar algum medicamento por não ter condições. A maioria dos idosos (66%) adquire genéricos por serem mais baratos, seguido de medicamentos de marca (42%) e não medicamentos (27%).
É possível notar ainda uma relutância desse público em utilizar serviços farmacêuticos, sendo que apenas 17% dos entrevistados afirmaram ter utilizado algum serviço do tipo nos últimos 90 dias.
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