O mercado de suplementos veganos tem demonstrado tendência de expansão, acompanhando a crescente conscientização sobre saúde. Segundo estudo da Future Market Insights (FMI), o setor foi avaliado em US$ 9,1 bilhões em 2024 e deve atingir US$ 17,7 bilhões até 2034, com uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 6,9%.
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Entre os fatores que motivam o aumento estão a busca por alternativas naturais para atender a deficiências nutricionais e o foco em soluções personalizadas para diferentes necessidades de saúde. A evolução também reflete uma mudança nos hábitos alimentares, com mais pessoas optando por dietas baseadas em plantas, segundo o estudo.
No Brasil, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) estima que mais de sete milhões de pessoas já aderiram ao veganismo, posicionando o país como líder na América Latina nesse movimento. Essa transição alimentar leva ao crescimento da demanda por suplementação vegana para ajudar a suprir nutrientes, como as vitaminas B12 e D3, normalmente obtidas em alimentos de origem animal.
Entre os suplementos veganos que têm ganhado destaque, é possível citar o ômega 3 de origem vegetal. Tradicionalmente obtido por meio de peixes de águas frias, como salmão e sardinha, o ômega 3 também pode ser encontrado em fontes vegetais, como chia, nozes, linhaça e suplementos derivados de algas.
O mercado global de suplementos de ômega 3 non-fish (sem peixe) foi avaliado em US$ 230 milhões em 2023 e deve alcançar US$ 440 milhões até 2030, com um crescimento anual composto (CAGR) de 9,90%, segundo a Exactitude Consultancy.
O ácido graxo é reconhecido por seu papel na saúde cardiovascular, na redução de inflamações e no suporte ao bem-estar mental e cognitivo, o que reforça a importância do ômega 3 vegetal para dietas que excluem produtos de origem animal.
O relatório do FMI também revela que um segmento relevante no mercado de suplementos veganos é o de vitaminas e minerais, com uma participação de 32,6% em 2024. O desempenho está relacionado à crescente conscientização sobre o papel de nutrientes como vitaminas B12, D3 e C para o organismo, responsáveis por auxiliar no fortalecimento da imunidade, na manutenção da saúde óssea e na melhoria dos níveis de energia.
A pesquisa também indica que minerais como ferro, zinco e magnésio são muito procurados devido ao suporte que oferecem para a saúde cognitiva, o metabolismo e o gerenciamento de estresse. Esses suplementos atendem a uma diversidade de consumidores, desde mulheres que buscam equilíbrio hormonal e benefícios de beleza até idosos que necessitam repor nutrientes essenciais relacionados à idade.
Soluções direcionadas são tendência no mercado
De acordo com o FMI, a personalização dos suplementos é uma tendência que deve impulsionar o mercado de produtos veganos. Na Europa, 63% dos lançamentos de suplementos veganos abordam questões específicas de saúde, como imunidade, digestão e energia. Já nos Estados Unidos, 56% dos lançamentos seguem essa mesma linha, mostrando que as soluções direcionadas são uma preferência entre os consumidores.
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O foco na saúde feminina também tem impactado a indústria de suplementos veganos, abordando preocupações como saúde menstrual, equilíbrio hormonal, gerenciamento de estresse e cuidados de beleza.
Os dados mostram que 34% das mulheres em áreas metropolitanas da Europa e 38% na Ásia consomem suplementos veganos para lidar com essas questões. Na Ásia, a procura por esses suplementos é mais alta em países como Índia, China, Japão, Cingapura, Tailândia e Malásia, onde o consumo entre as mulheres é superior ao registrado por homens e crianças.
O FMI destaca que, com o aumento da conscientização e as necessidades relacionadas à saúde e à beleza, é esperado que o mercado de suplementos veganos continue a se expandir, proporcionando opções naturais em diferentes fases da vida.