Com o intuito de capacitar ainda mais os farmacêuticos e proporcionar um atendimento humanizado e mais inclusivo, o Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA) criou um guia para instruir profissionais na assistência à comunidade LGBTQIA+.
De acordo com o diretor do Conselho, Mário Martinelli, a necessidade de capacitação foi percebida após uma conversa sobre a temática: “Nós temos o Código de Ética da Profissão Farmacêutica, a Política Nacional de Saúde e a Constituição Federal para que não exista nenhum tipo de discriminação e todos sejam atendidos de forma igualitária. Há necessidade de capacitar os colegas farmacêuticos para enfrentar qualquer tipo de resistência e de preconceito”.
O guia auxilia na compreensão de orientação sexual e identidade de gênero, mencionando os conceitos e termos da diversidade, as conquistas de direitos das pessoas LGBTQIA+ no Brasil e aspectos do papel do farmacêutico.
Alícia Krüeger, ex-presidente da Associação Brasileira Profissional pela Saúde Integral de Travestis, Transexuais e Intersexos (ABRASITTI), pesquisa sobre o assunto no campo acadêmico, mas com reflexos na prática profissional. Segundo ela, a compra de hormônios feita pelas mulheres trans e travestis diretamente nas farmácias, sem receituário ou orientação, é um exemplo que mostra a importância da atuação farmacêutica.
“Eu digo que o farmacêutico é um dos mais importantes na saúde trans, pois ele é o último a estar com o medicamento e a pessoa que vai fazer uso desse hormônio. Urge a necessidade de normativas que diminuam a realidade de automedicação que temos no País dentro da comunidade”, revela Alícia.
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