As farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram nesta segunda-feira (9/11) que a sua candidata à vacina contra Covid-19 é mais de 90% eficaz na prevenção à doença, de acordo com dados preliminares do estudo clínico de fase 3. A notícia foi publicada no portal G1 na manhã de ontem.
Taxa de eficácia
A taxa de eficácia representa a quantidade de pessoas que receberam a vacina e não ficaram doentes. Como a taxa é de 90%, isso significa que 90 a cada 100 pessoas (ou 9 a cada 10) não ficaram doentes, ou seja, a vacina conseguiu protegê-las.
Ugur Sahin, diretor da BioNTech, espera que a imunidade gerada pela vacina, que vem sendo aplicada em duas doses na fase de testes, dure ao menos um ano: “Devemos ser mais otimistas de que o efeito da imunização pode durar pelo menos um ano”.
Para Edson Moreira, médico e coordenador dos estudos da vacina no Brasil, é uma excelente notícia: “90% é um número extraordinário. Outras vacinas que nós usamos hoje estão na faixa dos 60, 70%. A questão é a duração [da proteção] e a eventual necessidade de um reforço ou não, mas são coisas distintas”.
Principais pontos do anúncio
Os dados foram analisados depois de 94 participantes dos estudos terem Covid-19, embora as farmacêuticas não tenham informado quantas delas tomaram a vacina experimental e quantas receberam o placebo.
Para confirmar a taxa de eficácia, as companhias irão continuar o estudo até que haja 164 casos de Covid-19 entre os voluntários, o que pode acontecer até dezembro nos Estados Unidos, segundo o presidente da Pfizer.
Ao todo, 43.538 participantes já fazem parte dos estudos clínicos, distribuídos entre seis países, incluindo Brasil. Desses, 38.955 já receberam uma segunda dose da vacina até o dia 8 de novembro.
Os dados, contudo, ainda não foram revisados por outros cientistas, etapa importante para que sejam publicados em revista científica. Isso deve ocorrer assim que os resultados completos do estudo ficarem disponíveis.
Autorização para liberação
Para que a Food and Drug Administration (FDA), agência regulatória dos Estados Unidos, libere uma vacina, é preciso comprovar 50% de sua eficácia. Isso acontece por meio do rastreio de efeitos colaterais em metade dos participantes do estudo por pelo menos dois meses, período de tempo em que os problemas costumam aparecer. A Pfizer espera atingir essa marca no fim do mês de novembro.
Tanto a Pfizer quanto a BioNTech afirmaram que esperam obter autorização de uso emergencial ainda este mês nos Estados Unidos.
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