A Close-up International, empresa que audita o setor farmacêutico, acaba de publicar um estudo sobre o mercado brasileiro durante o período de isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus, iniciado na segunda semana de março de 2020.
Mercado antes e depois do isolamento social
Quando surgiram as primeiras informações sobre a chegada do novo coronavírus ao Brasil, no início de março, as vendas no varejo farma dispararam – na primeira semana do mês, foram 132,2 milhões de unidades vendidas, 29,2 milhões a mais do que na última semana do mês de fevereiro.
Mas, após o início da quarentena, as unidades vendidas chegaram a um total de 191,9 milhões, o que representa o grande pico para o mercado farmacêutico e a preocupação das pessoas com a pandemia que começava a ganhar forma.
Já no mês de abril, houve um efeito rebote, pois a população passou a comprar menos. Na primeira semana de abril, foram vendidas 116,2 milhões de unidades. Na última, o total foi de 100,5 milhões. A primeira semana de maio revela uma tendência ao equilíbrio, pois foram comercializadas 117,9 milhões de unidades.
Categorias de produtos
Em relação às categorias – medicamentos com prescrição (MPX), medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e não medicamentos (NMEDs) –, também é possível perceber a grande demanda no mês de março e a queda nos meses seguintes.
Os MPX, por exemplo, na terceira semana de março, chegaram a um crescimento de 44,9%, quando na primeira semana foi de 9,8%. Ao compararmos com a última semana de abril, podemos ver que houve uma queda de 14,7%, deixando evidente a diferença de vendas. Na primeira semana de maio, as vendas voltaram a ficar positivas, com um crescimento de 2,7%.
Os MIPs foram os produtos que mais cresceram durante o mês de março e os que menos caíram em abril. No terceiro mês do ano, alcançou o pico de crescimento de 180,6% e, no quarto, chegou a uma queda de 7,9%. Contudo, na primeira semana de maio, voltou a aumentar 14,5%.
Por fim, os NMEDs tiveram o efeito mais negativo durante a pandemia. Em março, alcançaram o pico de 23,9% de crescimento, enquanto em abril registraram uma queda de 17%. E a queda parece não parar: na primeira semana de maio, continuou em 9,8%.
Bandeiras de farmácias
As farmácias independentes e associativistas foram as que tiveram um melhor desempenho durante o período de isolamento social, enquanto as redes corporativas apresentaram quedas após um tempo.
As independentes alcançaram, em março, o pico de 83,9% das vendas. Em abril, tiveram seu pior momento, chegando a uma queda de 12,1%, enquanto na primeira semana de maio voltaram a crescer, chegando a alcançar 17% das vendas.
As associativistas também venderam bem em março, tendo um pico de 82,3%, mas, em abril, tiveram uma queda de 13,2%, e, na primeira semana de maio, de 3,9%.
Já as redes corporativas registraram um pico de 45,8% nas vendas de março, enquanto em abril tiveram uma queda de 16,3% e, na primeira semana de maio, a queda foi de 8,5%.