Especialistas do setor rebatem convidada do Roda Viva que condena testes rápidos de Covid-19

Para eles, fala da microbiologista causa preocupação e é um desserviço neste momento de pandemia do novo coronavírus.
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A microbiologista Natalia Pasternak, doutora em Microbiologia pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, participou do Roda Viva de ontem (29/6), programa semanal de entrevistas da TV Cultura, e falou sobre os testes rápidos de Covid-19.

Natalia causou espanto e preocupação quando criticou os testes rápidos realizados pelas farmácias e drogarias. “Eles não servem para nada, não comprem. Não deveriam ser vendidos em farmácias, mais confunde a população do que ajuda. As pessoas não sabem interpretar os testes. A maioria desses testes rápidos de farmácia não é bom. Eles são ruins. Além de tudo a qualidade deles é duvidosa, a sensibilidade deles é baixa, eles podem dar muito erro de falso-positivo e falso-negativo”, disse a microbiologista.

Para especialistas, Natalia “desinformou” população

De acordo com o farmacêutico e mestre em Bioquímica, Guilherme Torres, de fato, o RT-PCR é melhor do que teste rápido, pois um é confirmativo e o outro não. “Entretanto, ela não mencionou que os testes rápidos ofertados nas farmácias são os mesmos ofertados nos laboratórios de análises clínicas. Cerca de 90% dos laboratórios não faz RT-PCR”, lembra Guilherme.

Outro ponto importante a destacar é que as pessoas não podem comprar testes rápidos em farmácias e drogarias. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o serviço, não a venda do produto. “Compra-se, na verdade, o serviço feito e interpretado por um profissional de saúde que, mesmo sem doutorado e diferentemente da profissão dela, tem habilitação para compreender e orientar sobre os resultados dos testes”, acrescenta Guilherme.

Para o farmacêutico, o fato de Natalia ter doutorado não a gabarita expert em testes rápidos. “Ter doutorado em microbiologia só diz, para mim, que ela estudou muito um mesmo assunto durante quatro anos, e que não é Covid-19”, sentencia ele.

O farmacêutico, professor e empreendedor na área de Farmácia Clínica e Serviços Farmacêuticos há mais de 20 anos, Cassyano Correr, comentou que a microbiologista não sabe o que diz. “Laboratórios, o SUS, hospitais, farmácias, todos utilizam os mesmos testes rápidos de anticorpos”, afirmou ele.

Planos de saúde deverão cobrir testes rápidos

Nesta segunda (29/6), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu tornar obrigatória a inclusão de exames de anticorpos IgA, IgC ou IgM no rol de cobertura dos planos de saúde. Dessa forma, eles agora devem cobrir testes rápidos de Covid-19.

Os testes poderão ser realizados nas segmentações ambulatorial, hospitalar (com ou sem obstetrícia) e referência quando o paciente apresentar ou tiver apresentado síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave.

O teste do tipo RT-PCR, que detecta a presença no vírus no organismo e, portanto, uma infecção aguda, já estava incluído no rol de procedimentos obrigatórios da ANS desde 12 de março.

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Viviane Massi

Viviane Massi é jornalista e editora de conteúdo da Revista da Farmácia. Com mais de 20 anos de atuação no Canal Farma, Viviane é especialista em cobrir fatos, eventos e temas do setor.
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