A partir deste mês, a Abradilan tem um novo presidente: o também mineiro Vinícius Andrade. Formado em Administração, Vinícius Andrade preside o Orgafarma, grupo existente há 52 anos e especializado em distribuição de medicamentos e produtos farmacêuticos com atuação em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, mas foi também consultor da Falconi Consultores de Resultado conduzindo projetos de gestão empresarial em corporações como Ambev, Sadia e Arcelor Mittal no Brasil, Bélgica e França. A cerimônia oficial de posse ocorre no dia 5 de junho, em São Paulo. Vinícius Andrade conversou com a Revista da Farmácia sobre a sua futura gestão. Leia a seguir.
Revista da Farmácia: Com que expectativas o senhor assume a Presidência da Abradilan?
Vinícius Andrade: A Abradilan é uma associação de muita relevância, representando quase 20% do mercado em unidades. Dessa forma, nossa expectativa é de continuidade do crescimento da associação e principalmente dos associados.
RF: Quais serão os principais desafios de sua gestão? E que ferramentas pretende utilizar para superá-los?
Andrade: O mercado farmacêutico vem mudando com enorme velocidade, por isso precisamos nos preparar para enfrentar os novos desafios. Todos os nossos eventos e projetos, como VTI (Viagem Técnica Internacional), Fórum Abradilan e Encontro de Líderes, terão como objetivos desenvolver e fortalecer o associado para enfrentar as mudanças de mercado.
RF: Percebemos o crescimento contínuo das empresas associadas. A que podemos atribuí-lo?
Andrade: As empresas associadas a Abradilan vêm investindo fortemente na profissionalização dos seus negócios. Isso traz mais força e importância para as empresas no mercado. Além disso, as indústrias e farmácias têm percebido que o modelo da distribuição regional tem se tornado a cada dia mais eficaz.
Vinícius Andrade e sua experiência com a Falconi Consultores
RF: O senhor já foi consultor da Falconi Consultores de Resultado, conduzindo projetos de gestão empresarial em corporações como Ambev, Sadia e Arcelor Mittal no Brasil, Bélgica e França. Como essa experiência poderá contribuir nesta nova fase de sua vida?
Andrade: As minhas experiências na consultoria me mostraram que, em um mercado competitivo, uma empresa só tem sucesso se construir um sistema de gestão robusto. Por isso, nestes próximos dois anos vamos levar o máximo possível de conteúdo de gestão aos associados.
Leia também: Venda de medicamentos da Abradilan tem crescimento de 8% no primeiro trimestre
RF: Abradilan e Febrafar estão cada vez mais próximas. Quais são as convergências dessa relação?
Andrade: A Abradilan e a Febrafar têm características semelhantes. Ambas vêm crescendo acima do mercado e enfrentando desafios de como fortalecer e estruturar seus associados. As trocas de boas práticas entre as associações têm sido muito construtivas para o crescimento de ambas associações.
RF: Na sua visão, o que os varejistas do canal farma esperam do distribuidor nas relações comerciais estabelecidas?
Andrade: O distribuidor precisa ser um prestador de serviços que agregue ao PDV não somente bons negócios, mas também informações de mercado, práticas de gestão e de serviços, informações de mix etc. Cada venda precisa ser tratada como uma consultoria para que o PDV possa também se preparar para enfrentar a crescente concorrência.
Mudanças na distribuição de produtos farmacêuticos
RF: Quais foram (e são) as mudanças mais significativas ocorridas na distribuição, no Brasil, nos últimos anos?
Andrade: Tivemos um aumento significativo da concorrência nos últimos anos, o que trouxe quedas de margens e de preços. Esse é um cenário que precisamos enfrentar se quisermos manter os resultados das nossas empresas.
RF: Como o avanço da tecnologia tem impactado a relação da distribuição com o varejo?
Andrade: Na relação B2B da distribuição e varejo não têm surgido iniciativas muito relevantes nos últimos anos. A principal mudança foi a evolução na comunicação entre os elos da cadeia, devido às novas ferramentas que surgiram. A troca de informações entre indústria, distribuidor e varejo evoluiu fortemente, impactando nos modelos comerciais existentes.
Leia também: Distribuidoras devem ter farmacêutico presente durante todo o funcionamento
O papel da distribuição na cadeia farmacêutica
RF: Como o senhor define o papel da distribuição na cadeia farmacêutica diante dessas transformações?
Andrade: A distribuição é um elo fundamental na cadeia farmacêutica, pois faz a ponte entre a indústria e o varejo. Ela vem ganhando destaque e se tornando cada vez mais importante na implementação das estratégias da indústria e do PDV.
RF: E quais são as perspectivas da distribuição para os próximos anos?
Andrade: A participação da distribuição no mercado vem crescendo acima do mercado farmacêutico. Portanto, as perspectivas são bastante positivas para os próximos anos. Logicamente existem desafios a serem vencidos, porém, as empresas que se estruturarem permanecerão crescendo e ganhando mercado.