Farmácias já podem receber pelo Pix

Principal forma para o lojista é ter o Pix integrado aos sistemas de caixa e controles gerenciais financeiros
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No fechamento desta entrevista, mais de 4 milhões de empresas já haviam cadastrado ao menos uma chave em alguma instituição financeira para receber e efetuar pagamentos com o Pix. Há informações também de que há redes de farmácia e lojas independentes já operando com esse novo sistema de pagamento no ponto de venda, como é o caso da Droga Raia, Drogarias Búzios e Farmácia do Leme.

Nesta entrevista, conversamos com o vice-presidente de Relações Institucionais da Associação Brasileira de Automação para o Comércio (Afrac) e diretor da EDC Soluções, Edgard de Castro, sobre como o Pix vai impactar o varejo e quais passos a farmácia deve seguir para oferecer essa nova modalidade de pagamento ao cliente. Leia a seguir.

Revista da Farmácia: O varejo poderá receber pagamentos via Pix?

Edgard de Castro: O Pix é um arranjo de pagamentos que foi desenvolvido para atender a múltiplos casos de uso, especialmente o varejo. Existem duas possibilidades de se efetuar um pagamento com Pix na farmácia, porém a principal forma é ter o Pix integrado aos sistemas de caixa e controles gerenciais financeiros através da interligação com o banco ou instituição de pagamento e com o uso do QR Code dinâmico, que permite gerar o QR Code da venda no próprio sistema de checkout da loja, efetuando a verificação do recebimento no momento da compra, além de permitir a conciliação automatizada dos pagamentos nos sistemas de gestão do estabelecimento.

O segundo passo é entrar em contato com a empresa fornecedora do sistema de caixa e retaguarda e solicitar a integração Pix, informando qual o banco ou instituição de pagamento irá utilizar para receber esses pagamentos.

RF: Qual é o passo a passo para uma farmácia incluir essa nova modalidade de pagamento no checkout da loja?

Castro: O primeiro passo é o varejista entrar em contato com o banco ou a instituição de pagamento e ver se eles já oferecem essa facilidade de integração com os sistemas. Em linhas gerais, todos deverão oferecer, porém, nesse começo de funcionamento do Pix, algumas instituições ainda não disponibilizaram esse serviço. Nesse caso, vale consultar outro banco ou instituição financeira. O segundo passo é entrar em contato com a empresa fornecedora do sistema de caixa e retaguarda e solicitar a integração Pix, informando qual o banco ou instituição de pagamento irá utilizar para receber esses pagamentos. Por fim, caso ainda não utilize um sistema automatizado, o lojista pode verificar quais empresas poderão oferecer esse serviço. Na dúvida, basta fazer contato com a Afrac, a qual repassará a consulta às empresas associadas.

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RF: A farmácia vai precisar de alguma nova tecnologia que ela ainda não tem para receber pelo Pix?

Castro: A empresa de automação poderá integrar o Pix de várias formas: TEF – sistemas de cartão de crédito/débito, APPs de integração com carteiras digitais, integração via interface direta com o banco (API Pix) etc. Isso significa dizer que, se a farmácia já utiliza alguns desses pagamentos eletrônicos integrados ao sistema de caixa, terá seguramente um caminho mais fácil e rápido para incluir o Pix. Caso ainda não tenha automação, existem várias opções que poderão ajudar não apenas o recebimento do Pix como também o recebimento de qualquer modalidade de pagamento e gerenciamento do negócio.

RF: Quanto pode custar para a farmácia adaptar seu checkout ao Pix?

Castro: É difícil definir um valor para isso, uma vez que irá depender do grau de automação e/ou integração que ele já possui no sistema de caixa e controles financeiros da farmácia.

RF: A drogaria que não se adaptar a essa nova ferramenta perderá competitividade?

Castro: Sem dúvida irá perder competitividade, uma vez que a opção da modalidade de pagamento depende do cliente e nem sempre ele terá outra forma disponível para pagar a conta.

RF: Em relação à segurança, como a farmácia pode se proteger de fraudes?

Castro: O Pix é um pagamento feito dentro da Rede do Sistema Financeiro Nacional, ou seja, é seguro sim, pois tem todos os procedimentos de controle cibernético. Se a farmácia utilizar o sistema integrado (QR Code dinâmico), terá optado pelo caminho mais seguro, com a verificação automática do recebimento no checkout no ato da compra. Desse modo, ela não dependerá de verificação manual de mensagens do pagador ou do banco recebedor.

As empresas pagarão uma taxa ou um valor para receber esses pagamentos, porém os percentuais ou valores vão depender de qual banco ou instituição a empresa utilizará.

RF: Para as pessoas físicas, o Pix é gratuito. E para as lojas? Haverá alguma taxa a ser paga?

Castro: Sim, as empresas pagarão uma taxa ou um valor para receber esses pagamentos, porém os percentuais ou valores vão depender de qual banco ou instituição a empresa utilizará. Como um dos pontos fortes do Pix é a concorrência, várias instituições financeiras estão criando pacotes de serviços e planos de marketing bastante atraentes, com o propósito de serem os escolhidos para sediar as contas dessas empresas.

RF: Você acha que o cliente vai abandonar o cartão de débito e pagar apenas com Pix?

Castro: Acredito que a médio prazo os clientes – pessoas físicas – irão optar pelo Pix em vez de cartão de débito, pelo custo e facilidade de efetuar a transação, porém a rapidez com que esses pagamentos irão migrar dependem de outros fatores, tais como linhas de crédito especial, programas de milhagem, serviços de cashback etc.

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Viviane Massi

Viviane Massi é jornalista e editora de conteúdo da Revista da Farmácia. Com mais de 20 anos de atuação no Canal Farma, Viviane é especialista em cobrir fatos, eventos e temas do setor.
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