Na manhã de ontem (5/5), a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) realizou uma coletiva de imprensa para falar um pouco dos seus 30 anos de história e dos planos para o futuro, que incluem transformar as farmácias em um hub de saúde e desenvolver um aplicativo para vacinação.
História da Abrafarma
Fundada em 1991, a entidade surgiu da vontade de seu CEO, Sérgio Mena Barreto, de reformular as farmácias que frequentava quando era criança. “Aos oito anos, precisei fazer acompanhamento de um tratamento em uma farmácia que tinha balcões antigos, um cheiro esquisito e era suja, ainda em Fortaleza”, conta o executivo.
Na época da fundação, ele explica que já existiam empresas sólidas no mercado, mas com processos rudimentares. O objetivo era trazer a modernização, o que vem ocorrendo desde então: são 26 bandeiras integrantes e atuações em diversas frentes para melhorar o setor farmacêutico. Em 2020, foram realizados 888 mil atendimentos nas lojas associadas e um total conquistado de R$ 58,17 bilhões em vendas.
Atuação no setor farma
A Abrafarma esteve envolvida em momentos de bastante progresso. Em 1999, por exemplo, participou ativamente da incorporação dos medicamentos genéricos na rotina dos brasileiros; em 2003, iniciou as missões técnicas internacionais, que possibilita à diretoria da entidade expandir suas visões; em 2007, com a criação do programa Aqui Tem Farmácia Popular, possibilitou que 30 mil farmácias privadas fizessem parte do exitoso programa do governo.
Em 2015, após a publicação da Lei Federal 13.021/2014, trabalhou para tornar realidade a prestação de serviços de assistência farmacêutica nas grandes redes, como, por exemplo, a vacinação. “Nos Estados Unidos, a farmácia é o local que mais aplica vacina. Ela pode, sim, ser usada para isso, e continuamos na luta para que essa regulamentação ocorra o mais breve possível”, defende Mena Barreto.
Além dessas movimentações, a Abrafarma é responsável por um dos maiores eventos do setor farmacêutico, o Abrafarma Future Trends que, somente em sua última edição presencial, em 2019, reuniu 5,5 mil participantes.
Mudanças nas farmácias
As transformações geradas pela Abrafarma também se refletem nos pontos de venda. “Houve uma mudança na lógica de se montar uma empresa. Hoje, as farmácias buscam sistemas de tomada de decisão fundamentados em dados, profissionalização das equipes, gestão automatizada de estoques, compartilhamento de informações sobre categorias e itens, ampliação da linha de produtos e uma nova visão sobre a jornada do paciente”, detalha o CEO.
Planejamento para o futuro
Para 2021 e os anos seguintes, a entidade tem como meta fazer diferentes tipos de revolução: ampliar a oferta de testes rápidos em farmácias e reforçar ainda mais a importância da imunização e do papel do farmacêutico no acompanhamento e no aconselhamento em tratamentos.
Isso já é feito por meio de oito ações, como a Hipertensão em Dia, Colesterol em Dia, Diabetes em Dia, Revisão da Medicação, Imunização, Autocuidado, Parar de Fumar e Perda de Peso. Desde abril do ano passado,3.760 lojas vêm realizando também os testes rápidos para detecção da Covid-19, que, até o momento, já passaram da marca de seis milhões.
A ideia é complementar as ações por meio do “Movidos pela Saúde”, o movimento que está sendo lançado em razão da comemoração dos 30 anos. Durante sua realização, haverá campanhas estruturadas com base em cinco pilares: autocuidado, vacinas, adesão ao tratamento, testes rápidos e telessaúde.
Outros objetivos envolvem uma série de programas no YouTube, intitulado Abrafarma Talks, com a jornalista Mariana Godoy recebendo personalidades e empresários para falar sobre as mudanças no setor; pesquisas especializas com institutos de pesquisa; um guia sobre a profissão para orientar quem deseja seguir carreira; e um seminário em Brasília.
Projeto Vacina na Farmácia
O maior projeto da Abrafarma é o Vacina na Farmácia, um aplicativo que tem como objetivo auxiliar nas campanhas de vacinação do governo. O cliente pode agendar a melhor data e horário para realizar a sua imunização e, posteriormente, o sistema detecta, com base no CEP informado, qual é a farmácia mais próxima. Nele, o cliente deve preencher os dados exigidos pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), tendo acesso à sua carteirinha de vacinação.
“Estamos em conversas avançadas com o Ministério da Saúde para implementar o uso do aplicativo ainda durante a campanha contra a Covid-19. Nosso objetivo é ajudar o SUS com mais pontos de vacinação e, dessa forma, agilizar o número de vacinados”, finaliza Mena Barreto.
Veja também: RaiaDrogasil destina R$ 3 milhões à matchfunding para ações de cuidado coletivo