A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) realizaram a primeira reunião para tratar do registro da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca do Brasil. Chamada de ChAdOx1 nCoV-19, mas conhecida como AZD1222, a vacina obteve, em junho, aprovação da Agência para a realização de estudos clínicos de fase 3. O encontro virtual aconteceu no dia 19 de agosto.
A vacina Access to Covid Tools (ACT) Accelerator faz parte do programa de aceleração da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o acesso a produtos contra a Covid-19.
Detalhes da reunião
Foram apresentadas, na reunião, informações sobre as instalações produtivas do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), unidade da Fiocruz responsável por pesquisa, inovação, desenvolvimento tecnológico e produção de vacinas, reativos e biofármacos voltados ao atendimento de demandas de saúde pública.
Também foram tratados os aspectos relacionados ao processamento final da vacina em Bio-Manguinhos e à produção do insumo farmacêutico ativo (IFA) que compõe o imunobiológicos, assim como as expectativas de produção e controle de qualidade.
Segundo informações, Bio-Manguinhos realizará as etapas de formulação, envase e rotulagem da vacina, utilizando as instalações do Centro de Processamento Final (CPFI) e do Pavilhão Rockfeller, destinado à fabricação de vacinas virais e que tem pré-qualificação da OMS. Já o IFA será produzido no Centro Henrique Pena.
União de esforços
“A Anvisa e a Fiocruz vêm trabalhando juntas para melhorar o combate à Covid-19, com foco na discussão sobre o registro de uma vacina. A reunião contribuiu para estreitar laços e tratar de aspectos gerais do desenvolvimento vacinal”, comenta Antonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa.
Para Nisia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, “trata-se de um momento bastante singular, que requer a união de esforços e expertises para que possamos encontrar soluções no mais breve tempo possível. A vacina só será possível com intensa articulação e colaboração de todos os envolvidos. Para isso, os especialistas das duas instituições atuarão de forma integrada ao processo de produção da vacina, para que possam avaliar cada etapa, à luz da ciência, e realizar todas as análises necessárias”, comentou ela.
Maurício Zuma, diretor da Bio-Manguinhos, concorda que o alinhamento entre as instituições é fundamental para que o registro da vacina possa acontecer o mais rapidamente possível.“Essa análise prévia possibilita medidas antecipadas para facilitar a importação dos insumos , da vacina e disponibilizá-la mais rapidamente ao Sistema Único de Saúde”, finaliza Zuma.
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