Aprimorar atendimento a idosos torna-se prioridade para farmácias

Idosos cada vez mais frequentam farmácias
Foto: iStock

A população brasileira está envelhecendo, e esse processo não vai parar. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de brasileiros chegará a 232,5 milhões em 2042. Desses, 57 milhões serão idosos, ou seja, 24,5% do total.

O crescimento expressivo afeta diretamente a maneira como as pessoas enxergam o processo de envelhecimento. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, no final de 2018, 72% dos brasileiros se preocupam com a terceira idade. Ainda assim, 37% deles se mostram otimistas com o futuro.

Para entender como o envelhecimento atinge a população, estudos realizados nos Estados Unidos mostram que 80% das pessoas com mais de 65 anos têm, pelo menos, uma doença crônica e 68% apresentam duas ou mais destas. Dessa forma, fica claro que, ainda que a população atualmente esteja vivendo mais, também usa mais medicamentos para conviver com essas doenças. Uma das consequências desse aumento é o maior número de visitantes às farmácias e drogarias.

Para entender de que maneira o serviço farmacêutico auxilia no momento da compra de medicamentos, pesquisa realizada pelo Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) no fim de 2018, apurou que cerca de 51% das pessoas com 60 anos ou mais levam a opinião dos farmacêuticos em consideração na hora da aquisição do medicamento.

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Como tratar as pessoas da terceira idade

Esse novo cenário acaba colocando em destaque a qualidade do atendimento ao idoso dentro da farmácia. A farmacêutica, professora e gerontóloga Ana Lucia Caldas acredita que ser idoso não significa que as expectativas sejam diferentes das de qualquer outro consumidor. “A população idosa ativa e sem problemas cognitivos espera ser tratada de forma personalizada, com carinho, atenção, eficiência e honestidade, nunca com um tratamento infantilizado”, explica.

Tal abordagem pode inclusive interferir diretamente na decisão de voltar ou não ao estabelecimento. A psicóloga e especialista em Saúde e Envelhecimento, Ana Cristina Barbosa, esclarece que a terceira idade quer se sentir acolhida e respeitada dentro das farmácias. “Falar pausadamente com idosos, em um tom calmo e olhando nos olhos, pode fazer com que eles se sintam mais dignos”, diz.

A acessibilidade e a mobilidade também são pontos importantes na relação que se estabelece entre os idosos e as farmácias, como explica Ana Cristina. “Deve-se levar em consideração que uma rampa na entrada da loja é sempre bem-vinda, mas é preciso prestar atenção ao asfalto da rua em que ela está localizada”, acrescenta. Muitos idosos podem tropeçar e se machucar. Por isso, é necessário pensar na adaptação dos estabelecimentos como um todo.

Redes apostam em modelo de atendimento personalizado

Uma das redes de farmácia que se preocupam com a saúde e o bem-estar dentro e fora do estabelecimento é a Drogaria Venancio. Além de oferecer atendimento personalizado, a rede tem projetos sociais como o Saúde na Praça, que estimula exercícios físicos gratuitamente para mais de 1,6 mil idosos nos bairros Tijuca, Barra da Tijuca, Catete e Copacabana.

Além disso, o projeto semanal Blitz da Saúde também tem o objetivo de auxiliar essa parcela da população. “Serviços de saúde, como aferição de pressão e medição de glicose, são disponibilizados gratuitamente e realizados em lojas da rede e praças”, explica o presidente da Drogaria Venancio, Armando Ahmed.

Outra rede com ações voltadas para o público idoso é a Drogarias Pacheco. Algumas das lojas da rede oferecem serviços como aferição de pressão, teste de glicemia e medição de temperatura. A gerente executiva de Planejamento do Grupo DPSP – união entre a Pacheco e a Drogaria São Paulo – Mariana Donatelli Rufino, explica que essas ações, além de proporcionarem saúde e bem-estar aos clientes, fazem da farmácia um ponto de apoio para os serviços de saúde.

“Entendemos essa prestação de serviço como uma contribuição importante do farmacêutico no setor de saúde, que impacta de forma positiva a população, trazendo consequentemente mais comodidade e conveniência, bem como melhorando a experiência do cliente”, explica Mariana.

É importante que cada farmácia escute e reflita sobre as questões dos idosos para, dessa forma, entender a real necessidade dessa parcela da população. Afinal, eles estão cada vez mais informados sobre seus direitos e buscando mais qualidade de vida.

Dicas para melhorar o atendimento ao idoso

  • Ter o cadastro dele e ligar regularmente para verificar do que ele está precisando;
  • Ter sistema ágil de entrega domiciliar;
  • Disponibilizar vagas de estacionamento especiais;
  • Adaptar a loja com corrimão, rampas e elevadores para quem não pode subir escadas;
  • Desenvolver um layout de loja com corredores e prateleiras acessíveis;
  • Criar um local para descanso com cadeira e água, se possível também com banheiro.

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