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O programa Fantástico, da TV Globo, desta semana apresentou o resultado de uma investigação sobre o desvio de dinheiro público do programa Farmácia Popular. Informações exclusivas do repórter Giovani Grizotti apresentam as estratégias dos golpistas, que incluem farmácias fantasmas.
O ConecteSUS, aplicativo que vem ganhando maior notoriedade na população devido ao comprovante de vacinação contra a Covid-19, mostra também o histórico de atendimentos na rede pública de saúde. “Mexendo no aplicativo, que não conhecia, vi que tinha uma parte de medicamentos”, conta o enfermeiro John Lennon Santos dos Santos.
Pacientes não retiraram medicamentos
Nesse momento é que o problema começa: o aplicativo aponta a retirada de medicamentos, mesmo quando a pessoa nunca fez essa solicitação. John Lennon vive no Rio Grande do Sul e nunca esteve em Pitangueiras, no interior paulista, local mostrado no aplicativo. Segundo ele, 800 unidades de uma medicação e mais de 420 de outra foram retiradas em seu CPF.
Durante dois meses, o repórter acompanhou processos judiciais e descobriu os truques dos golpistas – a compra e a venda das chamadas farmácias populares. O problema é que o Governo Federal suspendeu temporariamente novos credenciamentos no programa.
Investigações
Por isso, o fraudador compra o CNPJ de farmácias já habilitadas pelo governo. A Polícia Federal investigou uma quadrilha de Goiás que agia com farmácias fantasmas e descobriu cerca de R$ 10 milhões desviados. “Uma organização adquiria essas farmácias única e exclusivamente para promover fraudes no sistema Farmácia Popular. Promoviam lançamentos fraudulentos no sistema utilizando o CPF de terceiros”, destaca Franklin Medeiros, delegado.
Segundo o Ministério da Saúde, a orientação para quem descobrir que teve o nome usado em retiradas irregulares de medicamentos é procurar a ouvidoria do Sistema Único de Saúde. Quanto à existência de farmácias fantasmas e à demora na realização de fiscalizações, Cláudio Costa, diretor do Denasus, reconhece problemas e promete mudanças.
“Nós criamos uma nota metodologia baseada em matriz de risco. É como se fosse uma malha fina e a gente consegue identificar os pequenos casos e direcionar a ação do Denasus nos de risco maior”, finaliza o gestor.
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