A super sessão do Abrafarma Future Trends, realizada na última sexta-feira (18/9), trouxe o consultor americano especialista em varejo farmacêutico, Neil Stern, para falar sobre as principais tendências e desafios da farmácia em um futuro próximo, além de fazer uma breve explanação sobre a situação dos Estados Unidos durante a pandemia.
EUA pré e pós-pandemia
Segundo Stern, assim como no Brasil, os Estados Unidos foram fortemente impactados pela chegada da Covid-19, o que levou o país à uma recessão e ao declínio do varejo. Contudo, ele explicou que, mesmo antes da pandemia, já havia lojas fechando e indo à falência total.
“Essa situação ainda deve piorar devido ao e-commerce. Nos últimos dez anos, tivemos um crescimento de, aproximadamente, 15% ao ano desse modelo. Quando a pandemia chegou, dobrou de tamanho (33%). Não ficará assim para sempre, mas será reorganizado em um nível maior do que era antes. Podemos dizer que houve um crescimento de dez anos em três meses”, falou Stern.
Para se adaptar à essa nova realidade, os varejistas deverão adotar um novo ponto de vista, com maior foco em eficiência e utilizando a tecnologia.
Perspectiva do consumidor
Segundo ele, além das mudanças na economia, o consumidor modificou a forma de pensar sobre sua saúde e passou a fazer novas escolhas no momento da compra. Um exemplo é o crescimento de 19% nas vendas de alimentos que melhoram o sistema imunológico das pessoas durante a pandemia, nos Estados Unidos.
“A partir de agora, o cliente vai prestar mais atenção onde faz as compras e no tipo de produto que ingere: tudo para permanecer saudável e protegido de doenças. Suas opções sempre serão produtos nutritivos, que fortaleçam o sistema imunológico e com ingredientes saudáveis e de qualidade”. Além disso, o consumidor também quer sentir que está em um ambiente limpo e seguro nas farmácias.
Três extremos do varejo no futuro
Para Stein, o varejo caminha para três extremos: redução de preços, conveniência e experiência.
Devido à grande concorrência, grandes redes estão optando por se posicionar no mercado com preço baixo, como a farmácia americana Cotsco.
Em conveniência, o consultor sugere remover os obstáculos por diferentes meios, facilitando o processo de compra. O uso da tecnologia, o delivery e o modelo de compre e retire na loja são algumas opções. O consultor citou como exemplo a Walmart, que possui drive thru e máquinas exclusivas para retirada de itens na entrada das lojas.
Por fim, a experiência é o que faz o cliente permanecer e voltar à farmácia, porém é o que mais sofrerá mudanças depois da Covid-19. A experiência de compra sempre dependerá de situações imprevisíveis, como a própria pandemia.
“A farmácia do futuro deve mudar juntamente com o consumidor. A convergência precisa ficar como aprendizado. Cuidados médicos e varejo sempre devem andar em conjunto. É preciso prestar serviços de saúde, bem como ter uma loja moderna e atraente que ofereça aos clientes o que eles procuram: saúde, aconselhamento e tecnologia”, finalizou o consultor.
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