A recuperação do emprego no país e o aumento do poder de compra das famílias, ajudado pela desaceleração da inflação, impactaram positivamente os resultados do setor farmacêutico e farmoquímico no quarto trimestre de 2022. Na segunda metade do ano também contribuiu para o dinamismo do setor a dissipação do efeito da alta dos preços de medicamentos, que, por razões regulatórias, ocorre cumulativamente no início de todo ano.
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Assim, segundo o IBGE, a produção do setor cresceu 13% nos últimos três meses de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, o que ajudou a reduzir o ritmo de queda no ano, de -1,1%, em 2022, contra -3,1%, em 2021. Foi o segundo setor que mais cresceu no último trimestre, ficando atrás apenas do setor de outros equipamentos de transporte. Os dados são do Informe Conjuntural do Grupo Farmabrasil.
O recuo na importação de medicamentos no último trimestre de 2022 também colaborou com a recuperação do setor, abrindo espaço para escoamento da produção nacional. Os dados da Funcex apontam um recuo de 7,7% nas quantidades importadas em 2022, puxado principalmente pela queda de 17,6% no quatro trimestre. Apesar de representarem muito pouco do que a indústria nacional produz, houve ainda uma expansão das exportações, que fecharam o ano com um aumento de 14,2%.
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Outro sinal importante desta recuperação do setor foi a expansão do número de empregos. Dados da Pnad/IBGE mostram que no último trimestre de 2022 houve um crescimento de 25,9% no número de ocupados, fechando o ano com aumento de 18,6% em relação a 2021. Vale registrar que esse crescimento é mais que o dobro do verificado na economia como um todo que ficou em 7,4%. Em números absolutos, o total de empregos passou de 161 mil para 191 mil.
Com a necessidade de mão de obra especializada e com elevado grau de instrução tanto para operação das fábricas quanto nos departamentos de P&D, o setor possui alto grau de formalização da força de trabalho.
Vendas
No acumulado de 2022, as vendas do ramo de artigos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos registraram alta de 6,3%, segundo o IBGE. Já, segundo os dados da IQVIA, neste período, o número de unidades de medicamentos comercializadas avançou 7,5%. Um dos motivos foi a desaceleração dos preços de medicamentos ocorrida desde a correção aprovada pelo Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).