Após um final de ano com anúncios de grande impacto para a indústria brasileira, como a publicação das portarias que farão parte do Novo PAC, promovendo investimentos e ações estratégicas, a exemplo das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs), o início de 2024 já traz perspectivas sobre os principais movimentos que devem influenciar a produção farmoquímica nacional.
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No último dia 22 de janeiro, ocorreu o lançamento da Nova Indústria Brasil (NIB), política liderada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que visa estimular o fortalecimento da produção, tecnologia e impulsionar a participação do país no mercado internacional. Estão previstos mais de R$ 300 bilhões de investimentos até 2026, e, nesta iniciativa, as ações focadas no setor da saúde estarão entre as prioridades.
“Estamos com perspectivas otimistas neste primeiro semestre de 2024. Uma das missões no NIB é a ampliação da produção de insumos e medicamentos nacionais, que irão proporcionar autonomia na indústria, além de investimentos em tecnologia e infraestrutura. Assim como o novo PAC, estas serão iniciativas de médio e longo prazo, com efeitos previstos nos próximos 10 anos, mas que trarão resultados de grande impacto não apenas para a cadeia produtiva nacional, mas à vida dos brasileiros, que terão um melhor abastecimento no sistema de saúde”, ressalta Marcelo Mansur, CEO da Nortec Química, fabricante de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) da América Latina.
Investimentos internos
Paralelamente às ações do Governo Federal, a indústria nacional já começa a investir em projetos de expansão, tecnologia e inovação. Em 2023, a Nortec Química aportou R$ 30 milhões na ampliação dos seus laboratórios de P&D, com o intuito de fomentar a pesquisa e aproximar cada vez mais as universidades do setor produtivo.
“A ampliação dos laboratórios de P&D é parte de uma estratégia maior de investimentos em tecnologia e conhecimento. Estamos constantemente aprimorando processos, atraindo novos talentos e participando de projetos com outros institutos e fundações, como é o caso da Fiocruz, para alcançar não só a melhoria em nossa produção, mas a participação na criação e fabricação de novas moléculas e medicamentos”, explica Marcelo.
Crescimento e mercado internacional
Além dos laboratórios, a indústria também investiu em dois setores estratégicos. O primeiro foi a planta produtiva responsável pela fabricação de insumos em larga escala, e a segunda foi o Kilolab, laboratório para drogas de alta potência em pequena escala, focado principalmente em medicamentos oncológicos. Estes movimentos auxiliaram a empresa a se aproximar ainda mais de mercados concorridos, como os Estados Unidos.
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“Ao longo de 2023, como consequência da expansão e investimentos na produção, conquistamos as autorizações necessárias do Food and Drug Administration (FDA) para exportar os primeiros IFAs aos EUA. Este é um posicionamento estratégico não somente à Nortec, mas à indústria nacional, que pode se tornar ainda mais presente no mercado estrangeiro, principalmente com a previsão de novos investimentos dos setores público e privado nos próximos anos”, detalha o CEO.