Em 2019, a lei 9.787/1999, que trata dos medicamentos genéricos, completa 20 anos. Nesse período, muitos avanços aconteceram na área e, ao todo, cerca de R$ 132 bilhões já movimentaram a economia do País.
Segundo dados do IQVIA, o segmento dos medicamentos genéricos foi o que registrou o maior número de vendas no primeiro trimestre de 2019, equivalente a 9,28%, comparado ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram comercializadas 356,7 milhões unidades.
Os números representam 4 pontos percentuais a mais do que o correspondente ao mercado farmacêutico como um todo, que terminou os três primeiros meses de 2019 com um crescimento de 5,28% e a venda de 1,038 trilhões de unidades.
O IQVIA revelou ainda que, dos dez medicamentos mais prescritos em receita por médicos no Brasil, seis são genéricos. Ou seja, a classe médica vem estimulando cada vez mais a compra desse tipo de produto.
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Genéricos mais comercializados
O aumento das vendas de genéricos é especialmente maior quando se tratam de medicamentos para doenças crônicas. Os que controlam a hipertensão arterial, por exemplo, tiveram um crescimento de 13,88% nos 12 meses móveis terminados em março. Os similares cresceram 0,48%, e os de referência diminuíram, caindo 6,44% em vendas. Hoje, os genéricos para essa doença representam o total de 70,82% de todos os medicamentos.
Já os antilipêmicos, que são utilizados no controle do colesterol, tiveram um aumento de 21,67% nas vendas. Os similares e os de referência tiveram, respectivamente, um declínio de 18,7% e 1,32%. Atualmente, os genéricos que tratam a doença são equivalentes a 68,31% das vendas em todo o Brasil.
Panorama geral dos medicamentos genéricos
Por lei, os genéricos custam 35% a menos que os medicamentos de referência. Entretanto, os descontos oferecidos pelos fabricantes são ainda maiores, o que dá à população uma liberdade de escolha ainda maior para optar por sua compra.
No Brasil, existem atualmente 120 laboratórios que fabricam genéricos. Ao todo, são cerca de 3.700 produtos, que cobrem mais de 95% das doenças de que se tem conhecimento.
As vendas dos genéricos correspondem a 34% do total do mercado farmacêutico nacional, e a tendência é que esse número suba cada vez mais. Em países como Alemanha e Estados Unidos, o número chega a 70% e 80%, respectivamente.
Investimentos para o futuro
A presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles, explica que esses produtos são a principal ferramenta que amplia o acesso a medicamentos. “Os brasileiros encontram nos genéricos a possibilidade de seguir seus tratamentos gastando significativamente menos, o que é muito relevante em um momento como esse em que temos mais de 13 milhões de desempregados e a economia ainda não encontrou o caminho da recuperação”, analisa.
Dados da PróGenéricos, que reúne os 17 maiores laboratórios do setor, apontam que 15 moléculas inéditas foram lançadas no País em 2018. Essa ação pode contribuir com, pelo menos, mais 920 milhões de reais em vendas anuais. “Existe o esforço das farmacêuticas para o desenvolvimento de novos produtos, mas o processo é complexo e pode levar de dois a três anos”, explica Telma.
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