A Organização Mundial da Saúde estima que até 50% das vacinas são desperdiçadas globalmente a cada ano, em grande parte devido à falta de controle de temperatura e à logística para suportar uma cadeia de frio ininterrupta. Esse desperdício representa prejuízos bilionários para o setor.
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Mais da metade das excursões de temperatura ocorrem enquanto os produtos estão sob custódia de companhias aéreas e aeroportos. Cerca de 30% dos produtos farmacêuticos descartados podem ser atribuídos a falhas logísticas, reforçando a necessidade de modernização do setor farmacêutico.
Dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) apontam que 20% dos medicamentos sensíveis à temperatura são danificados durante o transporte devido a flutuações térmicas, resultando em perdas anuais estimadas entre US$ 2,5 bilhões e US$ 12,5 bilhões.
A farmacêutica e diretora técnica do Grupo Polar, Liana Montemor, destaca que as mudanças climáticas estão impondo novos desafios ao setor da cadeia de frio, essencial para o armazenamento e transporte de vacinas e medicamentos que requerem controle rigoroso da temperatura. “A preservação de vacinas e medicamentos, que muitas vezes requerem temperaturas rigorosamente controladas, tornou-se um aspecto primordial na mitigação dos riscos de falhas de armazenamento que podem comprometer a eficácia desses itens”, explica.
A falta de soluções eficazes de controle térmico acarreta impactos financeiros significativos e pode comprometer o abastecimento global de medicamentos essenciais. Diante dessa questão, o Grupo Polar vem desenvolvendo novas estratégias para o transporte aéreo de produtos farmacêuticos, garantindo a temperatura ideal e a segurança dos medicamentos. Uma delas é a recém-lançada EcoSafe, embalagem térmica projetada para o transporte seguro de termolábeis. Produzida com materiais isolantes, recicláveis e biodegradáveis, a EcoSafe é uma solução 100% sustentável.
“Além disso, mantém a temperatura interna entre 2°C e 8°C, ideal para o transporte e armazenamento de produtos farmacêuticos termolábeis. O isolamento térmico é garantido pelo uso de elementos refrigerados posicionados estrategicamente dentro da caixa, atenuando os efeitos da temperatura externa”, explica o cofundador do Grupo Polar, Paulo Vitor de Andrade.
O produto conta com componentes compostáveis, como a espuma hidrorretentora, que pode ser reciclada junto a resíduos orgânicos, enquanto a embalagem plástica, feita de 100% polietileno, e a caixa de papelão podem ser destinadas diretamente à reciclagem.
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Liana aponta que, com o uso dos kits EcoSafe, não é necessário enviar os resíduos da cadeia fria para aterros sanitários ou incineração. Os insumos utilizados na fabricação dos kits EcoSafe mitigam o desperdício de recursos e reduzem as emissões de carbono. A proposta visa à reintrodução de materiais na economia circular, promovendo a valorização da gestão de resíduos, a educação ambiental, além de fomentar a cadeia de reciclagem no Brasil.