Alerta para surtos de dengue, chikungunya e zika desperta classe farmacêutica

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O Ministério da Saúde anunciou recentemente que o País possui mais de 500 municípios com alto índice de infestação do mosquito Aedes aegypti, com risco de surto para dengue, chikungunya e zika.

Além das cidades em situação de risco, de acordo com dados do Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), de 2018, foram identificados 1.881 municípios em alerta, com o Índice de Infestação Predial (IIP) entre 1% a 3,9%, e 2.628 municípios com índices satisfatórios, inferiores a 1%.

Até 3 de dezembro de 2018, foram notificados 241.664 casos de dengue em todo o País, um pequeno aumento em relação ao mesmo período de 2017 (232.372). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 115,9 casos/100 mil habitantes. Em comparação ao número de óbitos, a queda é de 19,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 176 mortes em 2017 para 142 em 2018.

De chikungunya, foram notificados 84.294 casos, uma redução de 54% em relação ao mesmo período de 2017 (184.344). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 40,4 casos/100 mil habitantes. Em comparação ao número de óbitos, a queda é de 81,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 191 mortes em 2017 para 35 em 2018.

Quanto à zika, foram notificados 8.024 casos em todo o País, redução de 53% em relação ao mesmo período de 2017 (17.025). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 3,8 casos/100 mil habitantes. Em 2018, foram quatro óbitos por Zika.

Avanços no controle

No fim de 2018, o Ministério da Saúde lançou o Sistema Integrado de Controle de Vetores (SIVector). A nova ferramenta traz informações georreferenciadas para o controle do Aedes aegypti e Aedes albopictus, mosquitos transmissores das doenças dengue, zika e chikungunya nos municípios.

O novo software, elaborado a partir do modelo goiano SIMAZ, permitirá, por georreferenciamento nacional, conhecer com detalhes a situação epidemiológica e entomológica (infestação do mosquito aedes aegypti e aedes albopictus) de cada estado brasileiro.

O SIVector vai substituir o Sistema do Programa Nacional de Controle da Dengue (SISPNCD) com informações georreferenciadas para o controle do Aedes aegypti e Aedes albopictus. O software unirá dados epidemiológicos (casos das doenças) do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) com dados de controle vetorial e entomologia (LIRAa/LIA), possibilitando uma análise mais detalhada e em tempo real da situação dos estados e municípios.

Contribuição farmacêutica

Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), os farmacêuticos podem auxiliar no combate ao mosquito aedes aegypti fornecendo informações corretas à população sobre prevenção e controle das doenças. Além disso, os profissionais podem identificar pessoas com sinais e sintomas, encaminhar os casos suspeitos e prescrever terapias adequadas, quando pertinente e com acompanhamento dos pacientes.

“Pela proximidade diária que o farmacêutico tem da população, ele desempenha, historicamente, papel fundamental em grandes epidemias. Foi assim, por exemplo, quando a gripe espanhola desembarcou no Brasil, em 1918. A participação dessa categoria foi imprescindível não só no atendimento às vítimas e na pesquisa de alternativas de tratamento, como na definição de políticas públicas para o controle da doença”, comentou o CFF em suas redes sociais.

Vale lembrar que a RDC 44/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não autoriza que farmácias e drogarias façam o teste remoto para identificar dengue. Esse tipo de teste já existe, mas não pode ser realizado nos estabelecimentos farmacêuticos, somente em clínicas.

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Viviane Massi

Viviane Massi é jornalista e editora de conteúdo da Revista da Farmácia. Com mais de 20 anos de atuação no Canal Farma, Viviane é especialista em cobrir fatos, eventos e temas do setor.
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