De acordo com o Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), mais de 1,5 milhão de brasileiros foram infectados com hepatites virais, mas desconhecem ser portadores da doença. Em 20 anos, o Ministério da Saúde realizou pouco mais de 510 mil diagnósticos de hepatites B ou C. Por isso, foi instituído o Julho Amarelo para promover ações de conscientização, testagem e diagnóstico voltadas para as hepatites virais.
As hepatites virais se caracterizam por um processo inflamatório persistente no fígado, na maioria das vezes, sem que o paciente apresente sintomas. Entre 60% e 85% dos casos de hepatite C se tornam crônicos e, em média, 20% evoluem para cirrose. Isabela Dutra, gerente médica sênior da Gilead Sciences Brasil, revela que esse é um dos grandes desafios para o tratamento.
Sintomas
“Precisamos levar informações para a população porque quando falamos para as pessoas se testarem para as hepatites virais, muitas vezes elas sentem que não estão em risco por não sentirem nada. Mas, se pararmos para refletir, todo mundo já foi exposto à alguma situação em que poderia ter sido contaminado, desde fazer as unhas até ir ao dentista. Essa necessidade se torna ainda mais crítica para pessoas acima dos 40 anos”, diz.
Alguns dos sintomas mais comuns são febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, perda de apetite e olhos e pele amarelados.
Casos no Brasil
De 2000 a 2019, 78 mil pessoas morreram no Brasil por complicações decorrentes de hepatites virais, segundo o Ministério da Saúde. As hepatites virais B e C são as mais prevalentes e afetam 325 milhões de pessoas no mundo, causando 1,4 milhão mortes por ano.
“O teste é o ponto crítico, pois o maior desafio hoje no país é a identificação de indivíduos infectados em diferentes regiões, sobretudo devido à característica assintomática da infecção”, explica Isaac Altikes, presidente do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig).
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