A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) publicou ontem (12/03) um informativo sobre o novo coronavírus após confirmação pela Organização Mundial de Saúde (OMS) do status de pandemia para a doença causada pelo vírus, a Covid-19.
Segundo o informativo, o momento da epidemia no Brasil é de prudência e não de pânico, pois ela é dinâmica. Contudo, ressaltou que as informações podem ser atualizadas em poucos dias, à medida que os casos aumentem e novos conhecimentos científicos sejam publicados.
Informações objetivas
A capacidade de contágio do coronavírus, que é o número médio de “contagiados” por cada pessoa doente, atualmente é de 2,74, ou seja, uma pessoa doente com Covid-19 transmite o vírus, em média, a outras 2,74 pessoas. Ao comparar com a pandemia de influenza H1N1 em 2009, a taxa foi de 1,5 e no sarampo é em torno de 15.
O período de incubação, ou seja, o tempo entre o dia do contato com o paciente doente e o início dos sintomas é, em média, de cinco dias. Em casos raros, pode chegar a 14. Sabe-se que os primeiros 3 a 5 dias de início dos sintomas são o de maior transmissibilidade, o que ressalta a importância do isolamento respiratório.
Outra informação revelada no informativo é que a maioria dos casos (80% a 85%) são leves e não necessitam de hospitalização, devendo apenas permanecer em isolamento respiratório domiciliar; 15% necessitam de internamento, mas fora da unidade de terapia intensiva (UTI); e menos de 5% precisam de suporte intensivo.
Entre as medidas preventivas mais eficazes para reduzir a capacidade de contágio do vírus estão: evitar cumprimentar as pessoas dando as mãos; higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel a 70%; identificar e isolar os pacientes; e, no caso de profissionais de saúde, usar equipamentos de proteção individual (EPIs).
Situação atual no Brasil
Neste momento da doença no País, ainda não se recomenda fechar escolas, faculdades ou escritórios. Afinal, o fechamento das escolas contribui para que muitos pais deixem seus filhos com os avós, grupo de risco da doença.
Fases da epidemia
Pelo fato de a epidemia ser dinâmica e o Brasil, um país de dimensões continentais, diferentes cidades e estados podem apresentar fases distintas da epidemia. A primeira fase epidemiológica é a de casos importados, em que há poucas pessoas contaminadas e todas regressaram de países que já sofrem da epidemia.
A segunda fase é de transmissão local, quando pessoas que não viajaram para o exterior ficam doentes, ou seja, há transmissão autóctone, mas ainda é possível identificar quem transmitiu o vírus.
A terceira e última fase é a de transmissão comunitária, que ocorre quando o número de casos aumenta exponencialmente e perde-se a capacidade de identificar a fonte ou pessoa transmissora.
A SBI informa que é possível que algumas cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro, entrem na terceira fase nos próximos dias ou em poucas semanas. E, com isso, medidas como estimular o trabalho em horários alternativos em escala, reuniões virtuais, home office e restrição de contato social para pessoas com mais de 60 anos podem ser adotadas para minimizar o contágio.
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