WhatsApp vira meio de atendimento para 65% dos médicos brasileiros

Atendimento médico por WhatsApp
Foto: freepik
Publicidade

O site Mobile Time noticiou, na última terça-feira (10/03), uma pesquisa da Associação Paulista de Medicina (APM) revelando que 65% dos médicos se comunicam com pacientes e seus familiares por meio de aplicativos de mensagens após o horário de atendimento clínico.

O estudo mostrou que foram entrevistados 2,2 mil médicos brasileiros de 55 especialidades entre os dias 3 e 17 de fevereiro de 2020. O aplicativo do WhatsApp ficou à frente das ligações por voz (17%), e-mail (5,5%) e dos que não usam nada (11%).

Frequência cada vez maior

Entre os médicos que usam aplicativos para se comunicar, 58,5% trocam mensagens diariamente com seus pacientes; 25% algumas vezes na semana; 9,5% raramente e 7,5% nunca usam.

Jefferson Gomes Fernandes, presidente do conselho curador do Global Summit Telemedicine & Digital Health – evento organizado pela APM –, diz que o resultado mostra que os médicos brasileiros já fazem a telemedicina mesmo sem a regulação apropriada.

“Se formos olhar friamente, a telemedicina é praticada pelos médicos. Respondendo o paciente por WhatsApp ou tirando dúvida de uma imagem do paciente, isso é telemedicina. No mundo real, a sociedade está mais à frente do que a regulamentação de Conselho”.

Legislação da telemedicina

Um dos principais temas de discussão entre os médicos no Brasil atualmente, a telemedicina já teve uma Resolução (2.227/2018) editada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), mas foi revogada pela entidade em fevereiro de 2019 com o pretexto de necessitar de atualizações.

Um dos pontos a serem revistos é a permissão da cobrança por atendimento via meios eletrônicos, o que até então é proibido pela regulação do Conselho. A maioria dos médicos entrevistados (63%) revelou que não cobram por atendimentos via aplicativos, mas, ainda assim, 1% disse que cobra e 12,5% cobram juntamente com o valor da consulta.

Como é feito atualmente

Atualmente, enquanto a nova regulação está sob consulta pública e em análise pelo CFM, os médicos seguem as regras da telemedicina de 2002. De acordo com Antonio Carlos Endrigo, diretor de tecnologia da APM e presidente da comissão organizadora do Global Summit Telemedicine & Digital Health, é uma regra atrasada e de uma época que não tinha redes sociais ou smartphones.

Endrigo falou ainda sobre o fato de a grande maioria dos médicos (66%) não saberem sobre a telemedicina. “Eles não têm um conceito geral sobre a telemedicina. Mas é algo que fazemos desde o começo da discussão. A APM liderou a conversa e foi muito criticada. Agora temos mais informação para compartilhar. A medicina 4.0 tem mudado muito as opiniões de médicos a favor”.

Uma das mudanças é a visão da classe médica sobre a telemedicina – 64% dos profissionais desejam que ela seja regulamentada, número que aumentou 10% em relação a 2019. Entretanto, 27% dos médicos querem que a teleconsulta seja extinguida e 9% preferem manter a regulação de 2002.

Outros dados da pesquisa

A pesquisa da APM também revelou informações sobre a proteção de dados pessoais dos pacientes: 62% dos médicos usam armazenamento de dados dos atendidos, enquanto 38% não usam.

Em relação a isso, Endrigo mostrou-se preocupado por conta da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “O setor de saúde, de uma maneira geral, não está preparado para a lei que deve entrar em vigor em agosto. Tanto médicos como estabelecimentos de saúde não estão preparados para isso”, finaliza.

Veja também: Telemedicina na farmácia clínica: como funciona?

Picture of Revista da Farmácia

Revista da Farmácia

Por meio da Revista da Farmácia, empresários e profissionais se mantêm informados sobre as mais eficientes técnicas de planejamento, gestão, vendas, boas práticas farmacêuticas, entre outros temas.
Compartilhe

Receba as principais notícias direto no seu celular

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Veja também

Iniciativa visa disseminar informações sobre o impacto do vírus na saúde infantil, engajando pais e responsáveis.
Farmacêutica EMS terá a primeira molécula de liraglutida e semaglutida produzida no Brasil, o que reposicionará o país no cenário científico mundial.
Utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continuar a usar este site, vamos assumir que você está feliz com isso.
Pular para o conteúdo