Calvície masculina: causas e tratamentos

Calvície acomete principalmente homens
Foto: shutterstock

A calvície, também chamada de alopecia androgenética, é uma forma de queda de cabelos geneticamente determinada. Segundo informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o problema é comum na população, atingindo mais de 2 milhões de pessoas por ano.

Principais causas da calvície

A queda de cabelos está diretamente ligada a genes de calvície herdados de algum familiar. Esses genes, quando em contato com os hormônios masculinos, especialmente a testosterona, deflagram o processo da calvície. A testosterona, convertida em di-hidrotestosterona (DHT), faz com que os fios fiquem cada vez mais finos e caiam. Logo, os homens sofrem mais com a calvície do que as mulheres, que têm casos mais raros e menos drásticos.

Além disso, fatores como a hereditariedade, excesso de oleosidade, aplicação de muitos produtos químicos, distúrbio de tireoide, má alimentação, carência de vitaminas, estresse e alguns medicamentos também são fatores que desenvolvem o problema.

Ciclo de vida dos cabelos e primeiros sinais do problema

O ciclo de vida de um fio é marcado pelas fases de crescimento, repouso e queda. Geralmente, 90% dos nossos cabelos estão em fase de crescimento; ficam na fase de repouso por volta de um ano e meio a dois anos; e depois caem. Geralmente, as pessoas podem perder de 50 a 100 fios de cabelo por dia, sem que a calvície se desenvolva, por causa da renovação contínua.

A alopecia androgenética geralmente se inicia na adolescência, por volta dos 17 anos, quando os estímulos hormonais acontecem com mais frequência, fazendo com que a cada ciclo de vida os fios nasçam mais finos. Entretanto, só fica totalmente aparente por volta dos 40 ou 50 anos de idade.

Dados sobre a alopecia androgenética

Dados divulgados pela Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), no final de 2018, mostram que aproximadamente 42 milhões de brasileiros sofrem com a calvície. O número expressivo de jovens entre 20 e 25 anos que têm alopecia também chamou a atenção. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reitera que o problema atinge metade dos homens com até 50 anos.

Tratamento por intervenção cirúrgica

Ainda que não haja cura para o problema, existem algumas opções que podem auxiliar as pessoas que estão sofrendo. Dependendo da intensidade, pode ser necessário recorrer à intervenção cirúrgica. Nesse caso, é indicado o transplante capilar, chamado de FUE, sigla em inglês para Follicular Unir Excision, que significa, na tradução, excisão de unidade folicular. O procedimento consiste em remover as unidades foliculares da área doadora e colocá-las na região que sofre com a alopecia.

O cirurgião plástico e especialista em transplante capilar, Dr. Alan Wells, explica que o método só é possível porque a calvície não atinge todo o couro cabeludo. “Essa destreza na extração dos fios ocorre porque os orifícios são feitos com aparelhos pequenos, com 0.8 a 0.9mm de diâmetro e, mesmo que não exista cura para a calvície, como os folículos inseridos não possuem a tendência da queda, essa solução acaba sendo duradoura para o paciente”, explica.

Outros tipos de tratamentos para calvície

Contudo, algumas pessoas podem utilizar apenas um tratamento clínico com medicamentos específicos. O Food and Drug Administration (FDA) é um órgão americano que controla a produção de três tratamentos para a alopecia androgenética – Finasterida, Minoxidil e Low Level Light Therapy (LLLT).

O primeiro – Finasterida – consiste em um comprimido que ajuda a regular a quantidade de testosterona convertida em DHT, responsável por parte da queda do cabelo. O segundo – Minoxidil – é uma loção tópica que aumenta a circulação no local aplicado, nutrindo e reativando os folículos vivos do local. Entretanto, alguns dos efeitos colaterais são coceira, irritação da área aplicada ou nos olhos.Ambos são comercializados em farmácias e podem ser adquiridos após consulta médica com prescrição.

O terceiro – LLLT – utiliza leds de baixa intensidade que prolongam a fase de crescimento capilar e melhoram a densidade do cabelo. Seu efeito fotobiomodulador regula a produção de energia celular, o que gera vasodilatação, a disponibilidade de oxigênio e o aporte de nutrientes no bulbo capilar.

Wells explica que o quadro pode se apresentar de formas distintas em cada pessoa e, por isso, é preciso fazer acompanhamento com um médico. “Os fios podem cair de forma lenta ou progressiva, não existe uma regra, muitas pessoas nem percebem que estão perdendo cabelo, já outras sentem a diferença quando passam a mão na cabeça e veem vários fios caindo. O ideal é que seja consultado um médico especialista para entender o real motivo, que pode ser genético ou não, e a partir daí são indicados os possíveis tratamentos ou transplante”, explica o cirurgião plástico.

Novas descobertas de tratamento

Em julho do ano passado, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciaram o desenvolvimento de um tônico capilar que combate a queda dos cabelos. De nome Sanctio, o produto cosmético, de uso tópico, é resultado de mais de 20 anos de pesquisas que envolvem a nanotecnologia.

Foram realizados testes com 60 voluntários que sofrem com a perda de cabelo e, nos resultados, foi comprovado que o tônico ajuda na manutenção dos fios na fase de crescimento. Um dos coordenadores da pesquisa, o professor Robson Santos, explica que houve comprovação científica da eficácia. “Em 66% dos casos, a densidade capilar aumentou e houve paralisação da queda”, afirma.

O Sanctio atua de três formas diferentes: aumentando o aporte de nutrientes no bulbo capilar, impedindo a morte das células responsáveis pelo desenvolvimento do fio, e tendo ação antioxidante, o que melhora a qualidade do cabelo e retardada a queda. Além disso, os efeitos irritante e alergênico demonstraram segurança dermatológica. E o produto não causa efeitos colaterais como disfunção erétil e irritação local.

Santos explica que o produto pode ser usado por homens e mulheres, e que deve ser utilizado, de preferência, no início da queda capilar. Os resultados começam a aparecer cerca de três meses após o início do tratamento. “Para usá-lo, é necessário apresentar folículos ainda ativos para que o produto tenha eficácia”, explica.

O tônico capilar foi inicialmente comercializado pela Yeva Cosmétiques em Minas Gerais. Entretanto, com o sucesso dos resultados, a empresa está ampliando as vendas para as farmácias do Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Pernambuco, além do comércio online.

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