Anvisa autoriza uso de medicamento experimental italiano em pacientes com Covid-19

Anvisa autoriza medicamento experimental contra Covid-19
Foto: freepik
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O site da revista Época divulgou, na última quarta-feira (2/9), que a Dompé, empresa italiana de biotecnologia, recebeu autorização da Anvisa para tratar pacientes graves de Covid-19 com a Reparixina, medicamento utilizado em tratamentos oncológicos e em transplantes de órgãos. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de segunda-feira (31/8) após dois meses de negociação entre o governo brasileiro e a empresa.

Em entrevista à Época, o diretor científico da Dompé, Marcello Allegretti, explica que o fármaco começou a ser desenvolvido em 2005 e que os primeiros testes aconteceram em 2014, sempre na área oncológica: “Com a emergência da Covid-19, assim como outras empresas, resolvemos apresentar nossos estudos e obtivemos a autorização da Aifa (Agência Italiana do Medicamento) em maio para casos graves”.

Atuação do medicamento

O diretor explica que a Reparixina inibe a ação da interleucina 8 (IL-8), uma das proteínas de sinalização inflamatória que a empresa acredita estar associada à lesão pulmonar observada em pacientes que foram infectados pelo Sars-CoV2-2.

“Esta ação é benéfica em indivíduos com pneumonia por Covid-19, em que a resposta imune pode resultar em permeabilidade vascular que impede a troca gasosa e oxigenação. No passado, esse medicamento foi usado para neutralizar o processo inflamatório decorrente da reperfusão de órgãos no momento do transplante”, revela Allegretti.

Utilização no Brasil

Dez hospitais em São Paulo, Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Brasília, Varginha, Salvador e Criciúma poderão iniciar o tratamento em 48 pacientes que participam da chamada Fase 2, etapa imprescindível para a aprovação de um medicamento. Os comprimidos serão enviados diretamente pela Dompé, e utilizados três vezes ao dia durante sete dias. Caso haja melhora, o tratamento pode ser estendido até no máximo 21 dias.

Na Itália, cinco pacientes em condições críticas que utilizaram a Reparixina não precisaram ser entubados e hoje se recuperam bem. Mas, como o país conseguiu normalizar a curva de contágio nos últimos três meses, não há pacientes o suficiente para continuar a testar a eficácia do medicamento para a Covid-19.

“Os resultados obtidos no Brasil, durante a Fase 2, podem determinar o início da Fase 3, nos Estados Unidos, com 111 pacientes, com aumento do número de pacientes testados e avaliação da efetividade comparativa da droga em relação aos tratamentos existentes”, revela o diretor médico da Dompé. A intenção é realizar a última etapa clínica também no Brasil e na Itália.

Veja também: Anvisa e Fiocruz discutem registro de vacina contra Covid-19

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