Mulheres que Empreendem: Marise Nascimento, da Cityfarma

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8 de março, o programa É De Farmácia fará uma série de entrevistas ao longo do mês com mulheres empreendedoras do varejo farmacêutico.

Intitulado “Mulheres que Empreendem”, o objetivo do especial é estimular cada vez mais o empreendedorismo feminino, dando visibilidade às histórias de mulheres que estão fazendo a diferença com seus negócios. A escolhida para iniciar a série foi Marise Nascimento, presidente da rede Cityfarma, que possui mais de 100 lojas, e proprietária de três farmácias.

Abaixo, você lê a entrevista completa, comandada pela jornalista e apresentadora Viviane Massi.

Viviane Massi: Quais são os desafios de empreender especificamente no canal farma sendo mulher?

Marise Nascimento: No nosso segmento, ainda encontramos algumas pessoas com o pensamento mais antiquado, principalmente em farmácias independentes, que possuem um perfil mais familiar, com homens empreendendo, abrindo suas empresas e permanecendo no comando delas. Mas isso não é uma exclusividade do canal farma, porque nós ainda vivemos em um mundo machista. No entanto, se analisarmos as faculdades hoje em dia, é possível perceber que o número de mulheres é bastante superior ao de homens. Então daqui a 30 anos, teremos mais mulheres em cargos de liderança, ou seja, esse cenário será outro.

Ainda vivemos em um mundo machista. No entanto, se analisarmos as faculdades hoje em dia, é possível perceber que o número de mulheres é bastante superior ao de homens. Então daqui a 30 anos, teremos mais mulheres em cargos de liderança, ou seja, esse cenário será outro


VM:
Atualmente, existem muitas mulheres farmacêuticas no mercado, mas não em cargos de liderança e sim subordinadas. Por quê?

MN: Acredito que isso seja reflexo de todo o contexto histórico em que vivemos, mas gosto de olhar para o futuro. Uma profissional que se formou há cinco anos pode vir a ser uma gerente farmacêutica em breve e, a partir de sua experiência, decidir empreender. Tenho visto isso acontecer muitas vezes, por exemplo, em farmácias de manipulação.

VM: Você já vivenciou alguma dificuldade para gerir seu negócio?

MN: Quando comecei, há 14 anos,, havia uma dificuldade maior em relação aos colaboradores, geralmente balconistas e em sua maioria homens, lidarem com uma mulher dona do negócio. Ao mesmo tempo em que há uma revolução feminina, há um abalo sísmico no lado masculino: como é perceber que você não tem mais a última palavra? Além disso, existe o desafio como mulher e empresária de contemporizar todos os aspectos da vida. Depois do trabalho, vamos ao supermercado, fazemos jantar, vemos se as crianças fizeram o dever de casa. É uma rotina intensa.

VM: Como você se posiciona frente às suas equipes para passar respeito e mostrar que é competente?

MN: É preciso ter confiança pessoal no que defende e trabalha. O seu poder de convencimento é sempre maior se você estiver convencido. Tenho que estar firme diante de uma decisão, mas também disposta a ouvir os funcionários. Nessa hora, preciso confiar na equipe do RH para contratar pessoas cujos valores sejam parecidos com os meus e os da empresa. Acredito que, em alguns momentos, precisamos admitir que não sabemos algo ou que não temos uma opinião formada sobre um assunto. Precisamos conhecer nossos limites para que não se torne um peso no ombro, o que pode ser cruel.

Em alguns momentos, precisamos admitir que não sabemos algo ou que não temos uma opinião formada sobre um assunto


VM:
Como é ser mulher e ocupar um cargo de presidência, geralmente preenchido por homens? Já sofreu algum preconceito ou deixou de ser ouvida?

MN: Antes de ser presidente, fui diretora e vice-presidente da Cityfarma. Nesses cargos, existiam momentos em reuniões em que minha opinião não era levada em consideração. Mas cada vez mais fui conhecendo meu valor e me empoderando e, consequentemente, aprendendo a encontrar meus espaços. Hoje não tenho mais essa dificuldade.

VM: Quais sugestões você daria a uma mulher que deseja abrir a própria farmácia?

MN: Antes de tudo, é necessário se informar sobre como funciona o ramo e fazer cursos, para ter um entendimento geral do trabalho que está por vir e sentir segurança ao falar e tomar decisões. Deve também entender que, como líder, precisará de pessoas de confiança ao seu lado.

VM: Deixe um recado para todas as mulheres que atuam no setor farmacêutico ou desejam entrar.

MN: Ocupem o espaço que desejam ocupar, sempre sendo fiéis ao que acreditam. Encontrem seu caminho e façam o possível para conquistar seus objetivos.

Assista a entrevista no canal da Ascoferj no YouTube.

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