Último dia do Abrafarma Future Trends traz dados do setor e perspectivas para 2022

Dados do mercado apresentados no Abrafarma Future Trends
Foto: freepik

A última sessão do Abrafarma Future Trends 2021 aberta ao público, ocorrida na última sexta-feira (17), trouxe informações atualizadas sobre a performance do varejo farmacêutico este ano e o que é possível esperar de 2022, quando a pandemia da Covid-19 estiver ainda mais controlada. Participaram do painel Paulo Paiva, vice-presidente da Close-up International América Latina, e Sydney Clark, vice-presidente sênior de Consultoria e Tecnologia da IQVIA, ambas empresas que auditam o mercado.

Impacto da pandemia nas vendas

Iniciando o painel, Paulo relembrou os desafios do começo da pandemia e a massiva migração de demanda dos grandes centros para as farmácias de bairro, geralmente independentes. Entre o período de julho de 2020 e julho de 2021, as grandes redes – localizadas próximas aos escritórios – sofreram o impacto dessa mudança, passando de 55% para 50,7% em valores. Contudo, já é possível perceber o começo de uma inversão.

No mesmo período, as lojas independentes passaram de uma participação de 26,1% para 25,7%. As redes associativistas continuam crescendo, indo de 10,5% para 13,3% do total, enquanto as demais redes representam o mesmo percentual: 6,5%. Outro reflexo da pandemia é o aumento das compras digitais, que saiu de 1,8% para 3,8%. Ao todo, foram movimentados R$ 103,2 bilhões nos 12 meses móveis.

Destaque para os medicamentos crônicos

Um ponto destacado por Paiva foi o crescimento das vendas dos medicamentos crônicos: “A Covid-19 gerou nos pacientes de doenças crônicas maior preocupação com os riscos de complicações caso fossem infectados pelo vírus. Por esse motivo, a adesão ao tratamento foi muito maior. Os medicamentos cardíacos chegaram à marca de 450,9 milhões (16,9%) de unidades vendidas, enquanto os para diabetes representaram 114,7 milhões (22,4%) e os respiratórios venderam 540 milhões (21,95%)”.

O executivo ressaltou a relevância da farmácia e a oportunidade de negócio. Segundo ele, os pacientes estão ainda mais conscientes dos benefícios do tratamento contínuo – diminuição de sintomas e prevenção de outras doenças – e, por isso, podem procurar as farmácias para orientação e atendimentos básicos.

“Abre-se o leque de serviços que podem ser realizados pela farmácia com o acompanhamento e alerta de compra de medicamentos de uso crônico. É preciso aproveitar a oportunidade de ser o local de saúde mais próximo à população”, afirmou o vice-presidente da Close-up.

Gastos na farmácia

De acordo com Sydney, houve, nas farmácias, um gasto de aproximadamente R$ 150 bilhões nos 12 meses móveis terminados em julho de 2021, equivalente a um crescimento de 6,6% em unidades vendidas (6,9 bilhões ao todo).

As macrocategorias contribuíram para o resultado positivo. Por exemplo, os medicamentos de prescrição antes da crise trazida pelo novo coronavírus cresciam ao ritmo de 7,2%, enquanto no primeiro ano de pandemia passaram a 10,8% e agora, no segundo ano, 12,2%. Outro destaque são os medicamentos de cuidados ao paciente, que representavam apenas 14,6% das vendas antes da Covid-19 e, posteriormente, passaram a 29,3% e 28,7% em 2020 e 2021, respectivamente.

O vice-presidente da IQVIA também comentou sobre os produtos que estão voltando a ser procurados pelos clientes e os que estão em desaceleração. No primeiro grupo, enquadram-se os medicamentos para gripes e resfriados, de prescrição, analgésicos, cosméticos, contracepção e higiene oral. No segundo, as vitaminas, os suplementos, os produtos para cabelo e os calmantes.

Sydney alerto ainda que há muitas possibilidades de mercado além de Rio de Janeiro e São Paulo. No período estudado, a Região Centro-Oeste foi a que apresentou o maior crescimento (16,4%), seguida pela Região Norte (16,1%), Região Nordeste (13,4%), Região Sul (13,3%) e, por fim, a Região Sudeste (10,7%).

Expectativas para 2022

Analisando o que foi executado pelas farmácias durante a pandemia e que pode ser uma prática no futuro, ambos os executivos destacaram que o varejo possui muitas oportunidades para ter resultados ainda melhores.

“Pensando na farmácia do futuro, existe uma parcela importante que é a farmácia do presente, que presta um serviço social para a população. A pandemia deixou claro que a farmácia está aí para ajudar. Agora é preciso aproveitar a oportunidade de expandir para outras localidades – e até mesmo regiões do País – garantindo a eficiência da operação”, comentou Sydney.

Paulo complementou falando sobre a importância de definir as estratégias das vendas online: “É preciso tomar decisões e criar estratégias baseadas em números. No virtual, o cliente está muito mais focado em comprar apenas o produto que está precisando. O desafio da farmácia é não perder as compras por impulso, que acontecem muito nas lojas físicas”.

Veja também: 2º dia do Abrafarma Future Trends discute mudança cultural na farmácia

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