O uso irracional de medicamentos preocupa farmacêuticos, profissionais responsáveis pela orientação dos pacientes sobre o uso e o armazenamento correto dos medicamentos. Um estudo de revisão de literatura realizado por farmacêuticos pesquisadores ligados a instituições de ensino do Maranhão e Piauí apontou riscos associados à estocagem de medicamentos em domicílio. Os achados foram relatados no artigo “Assistência farmacêutica no estoque domiciliar de medicamentos”, publicado no portal Research Society Development, e divulgado pelo Conselho Regional de Farmácia (CFF) em seu site.
Medicamentos guardados em casa
A pesquisa revelou que os medicamentos mais comumente estocados em residências são os isentos de prescrição médica (MIPs), especialmente os utilizados para tratar sintomas de febre, diarreia, vômitos e resfriados. Os de uso contínuo e os usados para tratar sintomas agudos também são guardados em casa.
Quanto às classes farmacológicas mais citadas, destacam-se medicamentos que atuam no sistema respiratório, digestivo e cardiovascular, analgésicos, antitérmicos, antibióticos e antiparasitários.
Riscos desse armazenamento
Entre os riscos associados a manter os medicamentos em casa, destacam-se intoxicações por ingestão excessiva, uso não indicado para o problema de saúde que se busca resolver e interações medicamentosas.
A autora do artigo, a farmacêutica Sâmia Moreira de Andrade, do Centro Universitário Santo Agostinho, revela que outro fator de risco é o descuido de muitos usuários com a data de validade do medicamento guardado: “Nós identificamos que muitas vezes os medicamentos estão vencidos ou o número de lote está ilegível, e a não conferência desses indicadores também favorece intoxicações e demais reações adversas”.
Uso racional de medicamentos
Para Sâmia, o farmacêutico tem papel determinante na orientação correta sobre os medicamentos, principalmente no que se refere à posologia e duração do tratamento: “As farmácias comunitárias têm um papel fundamental na educação em saúde e no desenvolvimento de estratégias que corroborem para alertar a população sobre esses riscos. Entre elas, a dispensação das quantidades adequadas e a implantação de sistemas de recolhimento de sobras de medicamentos”.
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