Cuidado farmacêutico: contribuição para a prevenção da hanseníase

Nas consultas farmacêuticas, uma anamnese bem detalhada pode contribuir para o diagnóstico precoce e forem observados alguns dos sinais e sintomas iniciais mais frequentes da doença.
Foto: shutterstock

Antigamente chamada de lepra, a doença é uma das mais antigas da humanidade, sendo responsável pelo estigma e discriminação às pessoas acometidas por ela. Para minimizar o preconceito secular atribuído à doença, em 1976, o Ministério da Saúde adotou a terminologia hanseníase, e o nome lepra e seus adjetivos passaram a ser proibidos no País.

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa com notificação compulsória em todo território nacional. A infecção é causada pelo bacilo Micobacterium leprae, que atinge principalmente a pele e os nervos periféricos, podendo acarretar lesões neurais graves e incapacitantes.

A transmissão da doença se dá pelas vias áreas superiores, através de espirros ou tosse, e também por meio do convívio próximo e prolongado com um paciente sem tratamento.

Nas consultas farmacêuticas, uma anamnese bem detalhada pode contribuir para o diagnóstico precoce se forem observados alguns dos sinais e sintomas iniciais mais frequentes da hanseníase, como manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, com alteração ou perda de sensibilidade ao calor, frio, ao tato e à dor. Os locais mais acometidos são a face, as orelhas, o tronco, as nádegas, as pernas e as extremidades das mãos e dos pés. Também chamam atenção as áreas com diminuição dos pelos e suor. Dor, sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e pernas são sintomas importantes que devem ser avaliados. O farmacêutico também deve investigar a presença de nódulos pelo corpo, úlceras de perna e pés, edema nas mãos, pés, dor nas juntas, ressecamentos ocular e se o paciente tem febre. Caso se confirme algum desses sinais ou sintomas, deve proceder ao encaminhamento para unidade de saúde mais próxima para exames. Os casos diagnosticados devem ser registrados na Ficha de Notificação e Investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Pessoas que convivem ou conviveram com pacientes com diagnóstico da doença devem receber as orientações adequadas e também encaminhadas ao serviço de saúde para serem examinadas. O farmacêutico deve ressaltar que a hanseníase tem cura e seu tratamento é gratuito e um direito de todos. A informação e orientação são uma forma de prevenir o avanço do número de pessoas com a doença. O acompanhamento do paciente é importante para garantir a adesão ao tratamento, principalmente os longos, e reforçar que a cura só se concretiza ao final do tratamento.

Ao atender seu paciente que recebeu diagnóstico, elimine sentimentos de preconceito em relação à doença, converse sobre a transmissão e sobre as reações medicamentosas mais comuns e que a adesão ao tratamento evita o risco de abandono. Geralmente, o tratamento da doença é realizado através da poliquimioterapia – PQT (Rifampicina, Dapsona e Clofazimina). De acordo com a classificação operacional do doente, os esquemas terapêuticos podem variar, podendo ser Paucibacilar, com o uso de seis cartelas do medicamento, ou Multibacilar, com o uso de 12 cartelas. De acordo com a idade e peso do paciente a dosagem dos medicamentos é escolhida. O tratamento deve ser iniciado já na primeira consulta, após o diagnóstico, caso o paciente não apresente alergia à sulfa ou à rifampicina. O farmacêutico deve reforçar com o paciente a necessidade de retornar mensalmente, quinzenalmente ou semanalmente de acordo com a gravidade do quadro e do risco de incapacidade.

Os medicamentos curam a doença, interrompem a transmissão e previnem as incapacidades físicas.

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