Vacinação em adultos e idosos: benefícios e papel da farmácia

Vacinação em farmácia
Foto: freepik

O Sistema Único de Saúde (SUS) garante aos brasileiros o acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), colocando o Brasil como referência mundial em vacinação. Infelizmente, várias pessoas não comparecem aos postos de saúde para atualizar a caderneta de vacinação.

É papel do farmacêutico, assim como de outros profissionais da saúde, orientar e esclarecer toda e qualquer dúvida acerca da imunização, como os cuidados pós-vacinação, possíveis desconfortos e reações alérgicas. Ao ser devidamente informado, o paciente é capaz de cuidar perfeitamente da sua saúde com autonomia e mais segurança. Inicialmente, o farmacêutico deve conhecer o estado de saúde do paciente, os medicamentos em uso e o histórico vacinal do paciente, para orientar quais são as vacinas mais indicadas.

Cada faixa etária tem sua vacina específica e todas, com exceção da influenza, são disponibilizadas o ano todo. As vacinas são disponibilizadas para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes, no SUS, clínicas particulares e agora também em farmácias. Com foco maior nas crianças e nos idosos, as campanhas de vacinação não destacam a importância de manter a atualização da caderneta de vacinação durante a vida adulta, provocando um intervalo significativo entre a infância e a velhice, sinalizando a necessidade de políticas públicas de imunização que contemplem campanhas de educação em saúde no calendário vacinal. Assim, os adultos devem ficar atentos para manter a atualização da caderneta, principalmente em relação a quatro tipos diferentes de vacina contra a hepatite B, febre amarela, difteria, tétano, sarampo, rubéola e caxumba.

Diferentes tecnologias são utilizadas para a produção de uma vacina. As mais conhecidas técnicas utilizam o vírus inativado, ou seja, morto, ou vírus atenuado, uma técnica que utiliza o vírus sem a capacidade de desenvolver a doença. Atualmente outros métodos são utilizados, como a vacina de HPV, hepatite B e para covid-19, que utilizam a engenharia genética para desenvolver partículas semelhantes ao material genético do vírus. Com a pandemia, foram colocadas em prática tecnologias inovadoras, como a da vacina da farmacêutica Moderna, que utiliza o RNA mensageiro produzido em laboratório, e a vacina da AstraZeneca (Oxford) com os chamados vetores virais, em que é utilizado um adenovírus acrescido de uma parte do vírus da covid-19, o SARS-CoV-2.

As diferentes vacinas existentes no mercado são importantes para os idosos na medida em que reduzem os riscos de contrair ou agravar uma doença. Com o avançar da idade, é comum que o sistema imunológico do idoso fique mais enfraquecido e suscetível a doenças infecciosas. Ao receber uma vacina, o sistema imunológico é estimulado e responde com a produção de anticorpos que confere a imunidade, previne doenças virais e bacterianas, diminuindo os riscos de internação dos idosos. Portanto, as vacinas são de extrema importância para um envelhecimento ativo e mais saudável.

Para pessoas acima de 60 anos, o SUS disponibiliza as vacinas de prevenção ao tétano e difteria (dupla adulto ou dT); a hepatite B, a influenza trivalente e a febre amarela. Para os idosos com possibilidade de aumento do risco de infecção pneumocócica ou que vivem em Instituições de Longa Permanência (ILPs), também é disponibilizada a vacina pneumocócica 23-valente.

Já na rede privada estão disponíveis também as seguintes vacinas: pneumocócica 13-valente VPC 13 (recomendada antes da vacina VPP 23), meningocócica ACWY, herpes zoster, tríplice acelular do adulto (dTpa), influenza quadrivalente (proteção contra um outro sorotipo de influenza B), tríplice viral (SCR), para pessoas que não tiveram sarampo, caxumba e rubéola na infância, e hepatite A.

A diminuição da confiança nos programas de imunização acarreta a diminuição das coberturas vacinais com todas as suas consequências. O medo de possíveis eventos adversos, as crenças religiosas, insegurança sobre a necessidade do uso de vacinas e as fake news têm culminado em dúvidas sobre a necessidade da aplicação de vacinas entre as famílias e profissionais da saúde. Informação e educação em saúde devem fazer parte da rotina do serviço de cuidado farmacêutico, principalmente nos locais de fácil acesso para a população, como é o caso das farmácias.

Informação e educação em saúde devem fazer parte da rotina do serviço de cuidado farmacêutico, principalmente nos locais de fácil acesso para a população, como é o caso das farmácias.

 

O farmacêutico precisa assumir a responsabilidade compartilhada pelo cuidado dos clientes/ pacientes. Priorizar a atualização profissional para ofertar serviço de qualidade, baseado em evidências científicas, para manter ou conquistar a confiança das pessoas que buscam ajuda para iniciar ou manter seus tratamentos. Assim, o profissional deve acolher as dúvidas e saber ouvir sem julgar. Discutir os benefícios das vacinas e fornecer as informações precisas sem esquecer-se de aceitar as diferenças culturais e intelectuais.

As farmácias cumprem um papel de extrema importância no processo do cuidado farmacêutico, portanto, devem participar das campanhas de vacinação junto com os governos com o objetivo de promover o acesso da população à prevenção de doenças e garantir a ampliação do serviço de imunização.

Veja também: Covid-19 e diabetes: o risco de morte é maior?

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