O medicamento Fluimucil, expectorante que tem como princípio ativo a N-acetilcisteína desenvolvido pela farmacêutica Zambon, pode desempenhar papel importante no tratamento das complicações da Covid-19. O assunto é alvo de duas pesquisas – uma na Itália e outra no Brasil, recentemente iniciada.
Complicações da Covid-19
Em alguns pacientes, a infecção pelo coronavírus gera desequilíbrio entre os sistemas de oxigenação celulares e os radicais livres, dificultando a recuperação dos pacientes. Isso ocorre por causa de uma tempestade de citocinas que hiperativa o sistema imune e provoca uma inflamação sistêmica.
Hugo Monteiro, professor de Biologia Molecular da Unifesp e doutor em Bioquímica, acredita que a restauração precoce do equilíbrio por meio da N-acetilcisteína pode dificultar o surgimento da infecção e proteger o organismo.
Alberto Papi, professor de Medicina Respiratória da Universidade de Ferrara (Itália), lembra que a infecção pela Covid-19 está entre as causas da Doença Pulmonar Obstrutiva Cônica (DPOC): “É possível reduzir o risco de exacerbações em algumas doenças pulmonares e em particular da DPOC com o uso de antioxidantes e sua ação anti-inflamatória”.
Entre as exarcebações que podem acontecer em um paciente com DPOC estão a dispneia, tosse, produção de secreção e obstrução do fluxo aéreo. No caso do coronavírus, pelo menos três meses após a infecção os pacientes ainda podem apresentar sequelas como falta de ar, dor torácica, tosse, cansaço, fraqueza muscular e ansiedade.
Atuação do medicamento
O diretor médico da Zambon e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica, Hélio Osmo, revela: “O medicamento não cura a doença, mas devido à sua ação antioxidante e indicação nos casos de colapso pulmonar/atelectasia e pneumonia, é um importante aliado na prevenção e tratamento das complicações ou doenças causadas pela Covid-19”.
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